A moda transcende o ato de se vestir, ela é uma ferramenta poderosa que permite às pessoas expressarem sua identidade e criatividade. Também ajuda os indivíduos a comunicarem quem são e como se sentem através das roupas que escolhem usar. No entanto, navegar pelo mundo da moda pode ser complicado quando o assunto é a diversidade de corpos.
De acordo com o estudo inédito “A moda é para todos!”, conduzido pela MindMiners, para 47% dos entrevistados, a falta de padronização de tamanhos entre as marcas se destaca como uma barreira significativa na hora de adquirir novas roupas.
Um ponto de alerta na pesquisa é que pessoas que vestem do GG ao XGG são as que menos se sentem representadas. A dificuldade em encontrar itens de moda que atendam ao gosto e estilo pessoal foi destacada por 41% dos participantes, enquanto 25% relataram a necessidade de ajustar as peças compradas, e 16% disseram recorrer a roupas feitas sob medida.
Outro dado interessante é que 65% dos respondentes acreditam que todos devem se vestir conforme o que gostam e se sentem confortáveis, independentemente de idade, apontando um desejo por maior expressão das identidades e preferências.
“A representatividade na moda é um desafio, com a indústria historicamente privilegiando padrões de beleza inatingíveis. Pessoas com corpos considerados ‘fora dos padrões’ enfrentam falta de identificação. Houve progresso recente com marcas e campanhas incluindo uma gama mais diversificada de modelos, mas ainda há muito trabalho a ser feito para garantir uma inclusão genuína”, analisa a CMO da MindMiners, Danielle Almeida.
Mercado plus size no Brasil
Em contrapartida, o mercado da moda plus size no Brasil está em rápido crescimento, desafiando padrões e preconceitos. Nos últimos anos, houve um aumento notável na conscientização sobre a importância da inclusão e da diversidade na moda.
Dados de 2023 mostram que, nos últimos 10 anos, o segmento cresceu mais de 75% no país, segundo o relatório setorial da Associação Brasil Plus Size (ABPS). Pode-se dizer que este crescimento foi impulsionado por pequenos empresários, influenciadores e modelos que promovem o movimento “Body Positive”.
As redes sociais desempenham um papel fundamental ao permitir que indivíduos e marcas compartilhem mensagens de aceitação do próprio corpo. A presença crescente de modelos plus size em campanhas publicitárias e desfiles também contribui para a normalização da diversidade de corpos.
No entanto, apesar do progresso, ainda há desafios a se enfrentar. A representação na mídia e na publicidade continua sendo um problema, e questões como acessibilidade de preços e diversidade de estilos precisam ser abordadas para garantir uma moda verdadeiramente inclusiva para todos.
Ademais, o estudo revela que 51% dos entrevistados afirmam possuir um estilo próprio, enquanto apenas 23% seguem as tendências atuais. Esses resultados destacam a busca por individualidade e autenticidade no mundo da moda. No entanto, embora 33% dos respondentes expressem o desejo de consumir determinadas marcas aspiracionais, como Zara, Farm e Adidas, muitos ainda são impedidos, principalmente devido a barreiras financeiras.
BBB da moda: Bom, bonito e barato faz a diferença
Quando se trata das marcas mais lembradas em comparação com as mais compradas, o preço continua sendo o principal motivador, com 62% dos entrevistados buscando lojas com preços acessíveis, como Renner, Riachuelo, Shein e C&A. A Shein é a marca mais mencionada como símbolo de moda acessível, à frente de gigantes do fast-fashion do Brasil como Renner e, em terceiro lugar, C&A.
Além disso, o estudo revela que 66% dos entrevistados classificam o preço como o fator mais crucial na hora de decidir suas compras de moda. Esta constatação não é surpreendente, considerando que 35% dos respondentes admitiram comprar onde podem economizar, mesmo que o produto não atenda exatamente às suas preferências.
Metade dos entrevistados adquire roupas e calçados esporadicamente, muitas vezes influenciados por questões financeiras. “Questões financeiras, muitas vezes, se tornam um obstáculo para aqueles que desejam consumir itens de moda atual e acompanhar as novas tendências. É essencial encontrar maneiras de tornar a moda acessível a todos, garantindo que o preço não seja uma barreira para a expressão pessoal e a autoconfiança”, comenta Danielle Almeida.
No contexto financeiro, os brasileiros tendem a buscar marcas populares, com 62% dos entrevistados citando o bom preço como a principal motivação, seguido pela estética das roupas (40%) e o conforto das peças (37%).
O estudo, baseado em dados de 1.000 respondentes de todo o país, analisou as informações disponíveis na plataforma de consumer insights da MindMiners, que combina pesquisa, tecnologia e inteligência de dados para compreender o comportamento do consumidor.
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Fonte: Mulher