A decoração retrô traz um ar de nostalgia, remetendo-nos às décadas passadas e, muitas vezes, ao conforto que sentíamos ao estar na casa de nossos avós. Hoje, esse estilo tende a ser recriado buscando essa memória afetiva e com o intuito de proporcionar essas mesmas lembranças no futuro a quem amamos.
Para reviver essa atmosfera tão especial atualmente, pessoas têm buscado projetos com mais vida, colorido e detalhes especiais, visando cozinhar para as novas gerações com o mesmo amor envolvido de antigamente. Quem tem bastante experiência no assunto é a arquiteta Cristiane Schiavoni, que aproveita a febre das cozinhas retrô e traz dicas para quem está pensando em se aventurar no estilo. Confira!
1. Principais características e materiais
Entre os elementos que caracterizam as cozinhas de décadas anteriores, estão a presença de cores, o uso do cimento queimado, a preferência por móveis e acessórios de aço, ferro ou madeira, os armários com linguagem almofadada, os revestimentos como ladrilhos hidráulicos e pastilhas, entre outras características marcantes.
No entanto, vale lembrar que a cozinha retrô se traduz em uma releitura de obras passadas, que remetem a sentimentos. Portanto, é possível fazer substituições inteligentes e mais acessíveis, mas sempre mantendo a nostalgia.
2. Cores na medida certa
Muita gente gostaria de montar uma cozinha retrô em casa, mas tem receio de exagerar nas cores. A boa notícia é que, ao adaptar esse estilo, não é preciso carregar no colorido tanto como antes. “Atualmente, é possível criar uma linguagem com tons pastéis ou bem clarinhos de amarelo, rosa, azul ou verde. Por serem muito suaves, é possível trazer essa linguagem de forma leve. Já para quem gosta de algo mais forte, pode incluir uma cor mais viva em um móvel, por exemplo, e equilibrar com tons mais neutros nas paredes, eletrodomésticos e outros acessórios”, conta Cristiane.
3. Revestimentos
Para quem ama uma cozinha bela e prática, saiba que é possível utilizar a modernidade a seu favor. “Hoje, temos muitos materiais com o design retrô, mas que são recém-lançados no mercado. Entre os exemplos, estão os porcelanatos que possuem visual de ladrilhos hidráulicos e oferecem grande variedade de estampas. Dessa maneira, você consegue ter a funcionalidade de um produto impermeável e fácil de limpar, juntamente com a inspiração das décadas anteriores”, orienta a arquiteta.
No caso das pastilhas ou peças hexagonais, vale a mesma ideia. Segundo a profissional, é possível encontrar modelos de porcelanatos ou cerâmicas que tenham índices de absorção baixos, mas que apresentem o mesmo visual nostálgico das peças de época. Enfim, a gama de possibilidades é bem grande.
Ainda falando de peças para paredes ou pisos, há modelos que são muito característicos e marcantes. “O ideal é criar uma composição harmônica entre a paleta de cores e os desenhos dos revestimentos para não ocorrer um contraste muito forte com os armários, por exemplo. Sempre é bom dosar”, aconselha.
4. Tipos de móveis
Uma dica é apostar materiais melamínicos ou, até mesmo, em PVCs bem resistentes e modernos, que podem ser inclusos nos móveis dos projetos.
5. Opções de eletrodomésticos
Segundo a arquiteta, no que diz respeito aos eletrodomésticos retrô, a variedade de linhas disponíveis no mercado ainda não é tão grande como dos outros produtos citados. “Mesmo assim, vale pesquisar as opções à venda hoje em dia, pois o resultado fica incrível. E, com o aumento da procura pelo estilo, pode ser que novos lançamentos apareçam em breve”, diz Cristiane.
6. Cuidado com a harmonia do ambiente
Por fim, Cristiane revela qual é o principal desafio em compor uma cozinha retrô. “É essencial ficar de olho na harmonia do ambiente. Em geral, o cliente deseja colocar muitos elementos bonitos num lugar só, mas é preciso ser seletivo. Portanto, o projeto é feito também de escolhas, daquilo que você tem que abrir mão. O ideal é eleger aquilo que mais te agrada, escolher os materiais que equilibrem essa estética da cozinha, sem perder a mão da funcionalidade”, conclui.
Por Karina Monteiro
Fonte: Mulher