Um juiz do Colorado determinou que Jon e Carie Hallford, proprietários da Return to Nature Funeral Home, devem pagar quase US$ 1 bilhão (R$ 5,55 bilhões) às famílias que os processaram em um processo civil. A decisão, anunciada na quarta-feira, estipula um pagamento de aproximadamente US$ 950 milhões a 125 pessoas envolvidas na ação coletiva, conforme relatado por Andrew Swan, advogado das vítimas.
O julgamento foi proferido após o casal não responder à queixa, faltar às audiências e não participar do processo. Swan acrescentou que o juiz determinou a concessão de danos punitivos devido à gravidade das ações dos Hallfords.
O processo surgiu após descobertas perturbadoras envolvendo a casa funerária. Em outubro, vizinhos relataram um odor fétido de corpos em decomposição, levando a uma investigação. Os investigadores descobriram que Jon Hallford havia falsamente atribuído o cheiro ao seu hobby de taxidermia, enquanto a EPA identificou o edifício como apresentando “risco biológico”.
Além do processo civil, o casal enfrenta acusações federais desde abril, incluindo crimes financeiros relacionados ao uso inadequado de fundos de alívio COVID, além de outras acusações no Colorado, como abuso de cadáveres, roubo, lavagem de dinheiro e falsificação. Jon e Carie Hallford foram presos em Oklahoma e extraditados para o Colorado.
Famílias afetadas pelo caso relataram ao USA TODAY que receberam o que acreditavam serem as cinzas cremadas de seus entes queridos, gerando mais horror e indignação. Swan ressaltou que o objetivo do pagamento é garantir que, se os Hallfords obtiverem empregos no futuro, as famílias possam reivindicar parte dos ganhos.
O caso teve um impacto significativo na regulamentação das casas funerárias. Por 40 anos, o Colorado teve algumas das regras mais brandas do país para essa indústria. No entanto, mudanças foram implementadas este ano, incluindo a exigência de licenciamento profissional para diretores funerários e embalsamadores.
Legisladores no Colorado, Illinois e Michigan responderam a incidentes semelhantes aumentando o controle sobre a indústria funerária. No Colorado, uma nova lei aprovada em 2022 amplia a capacidade do estado de inspecionar casas funerárias e crematórios. Outra lei, aprovada este ano, estabelece requisitos de licenciamento mais rigorosos para profissionais da área.
Faith Haug, presidente do programa de ciência mortuária no Arapahoe Community College, destacou a importância dessas mudanças. Ela expressou surpresa ao descobrir que, até recentemente, não eram exigidos padrões de licenciamento no estado.
“Quando me mudei para cá, foi um pouco insultante”, afirmou Haug, observando que agora a legislação reflete melhor a necessidade de profissionais qualificados na área funerária.
Fonte: Internacional