“Felicidade é um direito de todos”, diz Cosete Ramos, idealizadora do 1º Congresso da Felicidade

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“Felicidade é um direito de todos”, diz Cosete Ramos, idealizadora do 1º Congresso da Felicidade
Pedro Reis

“Felicidade é um direito de todos”, diz Cosete Ramos, idealizadora do 1º Congresso da Felicidade

A professora Cosete Ramos é uma das maiores defensoras da felicidade como um direito fundamental. Ela é a idealizadora do 1º Congresso da Felicidade de Brasília e do Movimento Brasília Capital da Felicidade , ambos focados em promover o bem-estar como uma prioridade nas políticas públicas e na vida dos cidadãos.

Com uma trajetória dedicada ao estudo da psicologia positiva e ao desenvolvimento de iniciativas que incentivem uma vida mais plena, Cosete vê a felicidade como um pilar essencial para o desenvolvimento de qualquer sociedade.

Cosete Ramos | Foto: Rayra Paiva
Cosete Ramos | Foto: Rayra Paiva

O Movimento Brasília Capital da Felicidade, também idealizado por Cosete, surgiu com o propósito de transformar a capital federal em um exemplo de cidade que valoriza o bem-estar e a qualidade de vida de seus habitantes. Este movimento tem sido construído por meio de diversas ações, eventos e discussões que visam integrar a felicidade como um conceito central nas políticas públicas e na cultura da cidade.

O congresso que começa nesta terça-feira (13) é uma extensão natural desse movimento, trazendo à tona discussões profundas sobre o tema.

1º Congresso da Felicidade

O 1º Congresso da Felicidade de Brasília será realizado no Museu Nacional da República e promete ser um evento marcante. A programação é rica e diversificada, com palestras, painéis, uma vila gastronômica e espetáculos musicais. O evento começa com a abertura oficial às 9h, conduzida pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Logo após, às 9h30, o destaque será a palestra de Thakur S. Powdyel, ex-ministro da educação do Butão e criador do Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), um conceito que inspirou o mundo ao propor uma nova forma de medir o progresso de uma nação.

Às 10h30, será inaugurada a Vila da Felicidade e uma galeria de arte que exibirá 10 obras premiadas sobre o tema “Brasília, Capital da Felicidade”. A programação continua com a psicóloga Sálua Omais, especialista em psicologia positiva, que às 11h40 conduzirá um debate sobre a ciência da felicidade.

Painéis e Palestras

À tarde, a consultora e cantoterapeuta Celina Joppert ministrará a palestra “Escolha Ser Feliz”, discutindo a importância de uma atitude positiva na vida cotidiana. Um dos momentos mais aguardados do congresso será o painel “Movimento Brasília, Capital da Felicidade”, que será conduzido pela própria Cosete Ramos às 15h. Nesse painel, a idealizadora apresentará as propostas e ações do movimento, que busca transformar Brasília em um modelo de cidade focada na felicidade de seus cidadãos.

Outro destaque é a palestra do historiador e escritor Leandro Karnal, que discutirá o tema “Felicidade e Filosofia” às 17h, trazendo reflexões sobre como esses conceitos se entrelaçam ao longo da história. Para finalizar o dia, Luiz Gaziri, especialista em comportamento organizacional, abordará “Felicidade nas Organizações e Empresas” às 18h, ressaltando a importância do bem-estar no ambiente corporativo.

O encerramento do congresso será com uma apresentação musical do Bloco Eduardo & Mônica às 19h.

Entrevista com Cosete Ramos

GPS|Brasília: O que motivou a criação do movimento “Brasília, Capital da Felicidade”?

Cosete: A ideia surgiu do nosso desejo de mudar o foco das discussões. Queríamos parar de falar de morte, raiva, tristeza e dor, e começar a escolher a felicidade. O primeiro passo foi lançar o “Coração das Mulheres”, que contou com uma adesão enorme, inclusive de figuras importantes como a Mayara Noronha e várias secretárias de Estado. A partir daí, o movimento cresceu, e apresentei esse sonho de transformar Brasília na capital da felicidade na ONU, representando o Brasil em um encontro de mulheres.

Cosete Ramos | Foto: Rayra Paiva
Cosete Ramos | Foto: Rayra Paiva

Como foi a receptividade na ONU quando você apresentou essa ideia?

Foi incrível. Apresentei a proposta para o embaixador do Brasil na ONU, e ele, na frente de todos, disse que esse era o maior projeto da ONU naquele momento. Ele mencionou como o Butão, em 2010, inspirou o mundo ao substituir o PIB pelo índice de Felicidade Interna Bruta, focando na felicidade do povo como medida de riqueza.

Você mencionou o Butão como inspiração. Pode explicar mais sobre o índice de Felicidade Interna Bruta?

Claro. O rei do Butão foi pioneiro ao propor que o PIB não reflete o bem-estar real de uma nação, e sim, o nível de felicidade do povo. Ele criou o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), que avalia a riqueza dos países com base na felicidade dos cidadãos. Esse conceito revolucionou o mundo, e hoje, países como a Finlândia estão entre os líderes nesse índice, enquanto o Brasil tem subido, chegando à 44ª posição em 2024.

Qual o papel das mulheres nesse movimento pela felicidade em Brasília?

As mulheres foram essenciais no início, mas logo percebemos que esse movimento precisava ser de todos, homens, mulheres e jovens. Lançamos campanhas para envolver todos os setores da sociedade, com apoio de líderes e cidadãos, enviando fotos e depoimentos. Foi uma forma de mostrar que a felicidade é uma questão coletiva, que todos devemos perseguir juntos.

Qual a importância da ciência da felicidade nesse contexto?

A felicidade é uma ciência, estudada nas maiores universidades do mundo. Vamos trazer uma especialista de Cambridge para falar sobre isso. A ciência da felicidade envolve a neurociência e a gestão das emoções. A maior disciplina em Harvard hoje é a de felicidade, mostrando que não estamos falando de algo superficial, mas de um campo profundo e relevante.

Como a neurociência está relacionada à felicidade?

A neurociência nos ensina que a base da felicidade está em como gerenciamos nossas emoções. Eu mesma escrevi dois livros sobre o cérebro e as emoções há mais de 20 anos. A felicidade depende de como lidamos com sentimentos como raiva e medo. O gerenciamento emocional é fundamental para alcançarmos uma vida feliz.

Como o movimento pretende influenciar as políticas públicas em Brasília?

Nosso objetivo é levar as demandas do povo ao governo. A tarefa dos governantes é ouvir o que nos faz felizes e agir conforme essas necessidades. Estamos criando ações e até propondo a criação de uma Secretaria da Felicidade, seguindo exemplos de outros países. É uma forma de institucionalizar a felicidade como prioridade nas políticas públicas.

Quais são os próximos passos do movimento “Brasília, Capital da Felicidade”?

Estamos organizando eventos importantes, como o Congresso sobre Ciência da Felicidade, onde abordaremos a educação para a felicidade, e também encontros fechados com a Secretaria de Educação para discutir temas como a Escola Verde. Queremos expandir esse movimento e inspirar outras cidades e países a adotarem práticas semelhantes.

Como o movimento está sendo recebido pela sociedade civil e pelos jovens?

A recepção tem sido positiva, mas ainda precisamos conectar melhor o governo e a sociedade civil. Os jovens, em especial, estão num momento delicado de vida, enfrentando pressões como vestibulares e incertezas sobre o futuro. Queremos ajudá-los a encontrar a felicidade mesmo nesses tempos difíceis, para evitar problemas de saúde mental.

Qual mensagem você gostaria de deixar para quem ainda não conhece o movimento?

Quero que todos entendam que a felicidade não é apenas um sentimento individual, mas uma responsabilidade coletiva. É algo que podemos e devemos construir juntos. A felicidade é uma ciência, é política pública, é uma escolha que todos devemos fazer por nós mesmos e por nossa cidade. Então, convido todos a se juntarem a esse movimento e ajudarem a transformar Brasília na capital da felicidade.

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Fonte: Nacional

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