Biden critica decisões de Israel e Netanyahu rebate: ‘vontade do povo’

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Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense
O Antagonista

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu as críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O mandatário norte-americano se mostrou contra os interesses de Netanyahu de enfraquecer o Judiciário.

Biden deixou claro que não pretende convidar o premiê de Israel para a Casa Branca por hora, e se mostrou altamente contra a reforma do Judiciário, que está com a votação no Parlamento suspensa após protestos por todo o país.

Em entrevista à jornalistas na Carolina do Norte, Biden disse que “como muitos apoiadores fortes de Israel, [está] muito preocupado de que eles entendam isso direito. Eles não podem continuar por este caminho”. “Esperamos que o primeiro-ministro aja de forma a conseguir um compromisso genuíno”.

Em resposta, o primeiro-ministro de Israel reafirmou o “compromisso de longa data de Biden”, mas rebateu dizendo que “Israel é um país soberano que toma suas decisões pela vontade de seu povo e não com base em pressões do exterior, inclusive do melhor dos amigos.”

As declarações acende uma tensão incomum entre os líderes dos dois países. Para o ex-premiê de Israel e líder da oposição, Yair Lapid, os esforços de Netanyahu “arruinou” o relacionamento.

No perfil do Twitter de Lapid, ele escreve que “durante décadas, Israel foi o aliado mais próximo dos EUA. O governo mais extremo da história do país arruinou isso em três meses”.

Até o momento, o presidente Biden evitou promover críticas diretas à Netanyahu, com o governo dizendo que estava observando a escala de tensão com “preocupação”.

Reformas do Judiciário

A reforma consistia que aumentar o poder do governo, ao qual seria possível a escolha dos membros dos tribunais israelenses, além de permitir que o Parlamento do país (Knesset) pudesse derrubar decisões tidas pela Suprema Corte.

Os apoiadores do governo foram favoráveis à proposta, especialmente os partidos de extrema-direita, a qual são a sustentação da coalizão liderada pelo Likud, legenda do primeiro-ministro.

Entretanto, a ideia foi recebida com grande resistência por parte da população e dos setores liberais do país. Isso gerou diversos protestos contra a reforma, que perduram a cerca de 12 semanas consecutivas em cidades como Tel-Aviv e Jerusalém. Segundo eles, a reforma desmontará o sistema de independência entre os poderes, e seria o fim da democracia em Israel.

Alguns críticos dizem que Netanyahu possui motivos pessoais para a tentativa de controlar o Judiciário, uma vez que ele responde três processos por suborno, quebra de confiança e fraude, todos julgados pela Suprema Corte.

No fim da última semana, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi demitido por Netanyahu por discursar defendendo que fosse abandonado a reforma pelo governo. A ação acabou gerando novos protestos espontâneos contra o governo.

Os partidos de extrema-direita criticaram a fala de Gallant, dizendo que não poderiam se “render á anarquia”. Entretanto, as divisões aumentaram nesta segunda-feira (27), após as centrais sindicais decretarem uma greve geral contra a proposta.

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Fonte: Internacional

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