Com declaração desastrosa na China, presidente da APEX Jorge Viana irrita setores do agro no Brasil

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Ele falou em um seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), realizado no Centro para China e Globalização (CCG)

Foto: Divulgação/Cebril

Jorge Viana ao invés de enaltecer os avanços e conquistas do setor agropecuário no Brasil, preferiu tocar em problemas ambientais a serem enfrentados pelo setor. Ele falou em um seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), realizado no Centro para China e Globalização (CCG). “Nós brasileiros deveríamos parar de dizer fora do Brasil que o Brasil não tem problema ambiental. Nós temos e faz muito tempo”, afirmou o petista Jorge Viana, que é ex-senador, ex-governador do Acre e engenheiro florestal.

As declarações do representante do governo brasileiro provocou a reação imediata de setores organizados como a Confederação Nacional da Agricultura.

Em ofícios, CNA diz que declaração da Apex-Brasil é contrassenso

Entidade diz que vê com preocupação o fato de a Agência ter associado problemas ambientais com a produção agropecuária brasileira.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que o posicionamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que associou problemas ambientais com a produção agropecuária brasileira, é um contrassenso aos objetivos do órgão.

A declaração da Apex-Brasil aconteceu em seminário realizado em Pequim, na China, como parte da programação da missão do governo brasileiro ao país asiático.

Em ofícios encaminhados aos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Carlos Fávaro (Agricultura), o presidente da CNA, João Martins, afirma que “vê com bastante preocupação o posicionamento”.

A CNA, que é membro do Conselho Deliberativo da Apex Brasil, lembrou que a missão do órgão é promover as exportações e a atração de investimentos para setores estratégicos da economia brasileira, como o agro, atuando na melhoria da imagem do País e de seus produtos.

“Nesse contexto, a manifestação da Apex-Brasil, desabonando o setor que contribuiu, no último ano, com 47% das exportações brasileiras, soa, no mínimo, como um contrassenso aos objetivos da entidade”, ressalta a CNA no ofício.

A Confederação também reforça o compromisso do setor com a sustentabilidade e com o respeito ao meio ambiente, tendo em vista o incremento de produtividade lastreado por práticas sustentáveis de produção. “Todos os ganhos obtidos precisam, sim, ser exaltados, pois são fruto do uso intensivo da ciência e da tecnologia”.

A CNA completa dizendo, ainda, que metade da área preservada de vegetação nativa no Brasil está dentro de imóveis rurais, sendo protegida por agricultores. “Ao mesmo tempo, apenas 7,8% de nosso território são ocupados por lavouras, percentual muito abaixo do apresentado por países como Estados Unidos, Alemanha, França e Índia”.

Desta forma, a CNA, que também é parceira da Apex em um importante convênio de promoção de exportações do setor agropecuário, afirma que se vê na obrigação de “cobrar uma postura da entidade em conformidade aos objetivos da sua missão”.

Ainda de acordo com a CNA, o objetivo da Apex-Brasil é trazer ao Brasil investimentos em tecnologia e inovação para o agro e “levar para o mundo o que temos de melhor, que são alimentos produzidos com a mais alta qualidade, com responsabilidade ambiental e padrões de produção”.

Por fim, a CNA reitera sua disponibilidade de fornecer à Agência dados e informações fundamentadas e atualizadas sobre a sustentabilidade do agro brasileiro.

Com informações da CNA

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