O cuidado com a alimentação está sempre nas conversas e por trás disso há um motivo muito claro: como diz o conhecido ditado, você é o que você come. As escolhas que fazemos para nos alimentarmos determinam o estado de saúde do corpo todo, inclusive o coração, podendo evitar doenças cardiovasculares, as principais causas de mortes no Brasil e no Mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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De acordo com a OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde, estima-se que 17,9 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2016, representando 31% de todas as mortes em nível global. Destes óbitos, estima-se que 85% ocorrem devido a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Dentre os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares estão as dietas inadequadas e o sedentarismo.
“Para se ter uma vida melhor, o segredo é ter equilíbrio. Comer de maneira saudável, sem muitos excessos, pois os alimentos ingeridos têm o poder de manter a saúde do coração, do corpo e da mente em dia. Se exercitar regularmente e descansar também são algumas dicas para manter o coração saudável”, afirma Rizzieri Gomes, médico cardiologista e especialista em melhoria da qualidade de vida. “Quanto mais eu cuido da minha saúde, quanto mais exercício eu pratico, quanto mais eu cuido da alimentação, menor o risco de doenças e, consequentemente, da utilização de medicamentos”, afirma Rizzieri Gomes.
Sintomas : dentre os sintomas de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais variam entre dor ou desconforto no peito, braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula e costas. Outros sintomas conhecidos são falta de ar, dificuldade em respirar, enjoo, tontura e outros.
Os vilões : segundo o Dr. Rizzieri Gomes, os vilões para o coração são os alimentos processados (conservas, compotas de frutas, carnes salgadas e defumadas, sardinha e atum em lata, etc) e ultraprocessados (biscoitos recheados, bolos, sorvetes, batata frita, molhos prontos, pipocas), carnes vermelhas, bebidas alcoólicas, açúcar refinado, gorduras trans, saturadas e interesterificadas, entre outras.
E nem sempre é fácil usar as informações nas embalagens dos alimentos para decidir o que levar do supermercado para casa. Uma pesquisa recente do Instituto de Nutrição da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, com foco nos aditivos alimentares, apontou que não há informações suficientes nas embalagens de alimentos vendidos no Brasil. O estudo coloca um holofote nas falhas e inconformidades nos rótulos dos alimentos, dificultando a escolha segura de alimentos mais saudáveis. Os aditivos são usados intencionalmente em produtos como bebidas e alimentos ultraprocessados. Na lista de alimentos que contam com aditivos estão: refrigerantes e bebidas lácteas, presunto, salsicha, pães em pacotes e margarinas. Eles estão relacionados a uma série de doenças crônicas como obesidade, hipertensão, diabetes, câncer, e doença inflamatória intestinal.
“Quando falamos em alimentação balanceada precisamos pensar nas escolhas que fazemos. Por exemplo, podemos e devemos priorizar alimentos frescos, preferir utilizar azeite ao invés de óleo, moderar no uso de sal e açúcar refinado, checar o rótulo dos alimentos que compramos no mercado. Não é preciso cortar tudo que se gosta de comer, mas evitar o consumo de alguns alimentos”, completa o Dr. Rizzieri.
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Entender as palavras escritas em letrinhas miúdas dos alimentos, em especial os multiprocessados, é uma tarefa difícil; são muitos termos técnicos, a maioria completamente fora do conhecimento de quem não é um expert da indústria alimentícia. “Na dúvida, invista algum tempo pesquisando esses termos; tem muito conteúdo disponível na internet que pode esclarecer e ajudar a tomar decisões mais saudáveis. Como exemplos amplamente usados temos a gordura interesterificada (substituta às gorduras hidrogenadas), propionato de cálcio… É importante saber o que se está ingerindo. E há também ingredientes que aparecem ali nas embalagens com nomes que soam mais saudáveis, como ‘glucose de milho’ e ‘amido’ – que na verdade são apenas açúcares”, alerta o Dr. Rizzieri.
“A busca da mudança do estilo de vida é uma trajetória. Lembre-se de onde você está e onde você pode chegar. Isso é o reflexo das mudanças que você pode fazer por você e pela sua vida. A saúde é algo que você não consegue mensurar, nós só percebemos quando a doença bate à nossa porta”, completa.
7 alimentos que fazem bem para o coração
Peixes e oleaginosas : são ricos em ômega 3. Aveia : destaque entre os cereais integrais quando o assunto é saúde do coração, pois é rica em beta glucana (fibra solúvel). Abacate: uma vez que a fruta é rica em gorduras monoinsaturadas e fonte de potássio, um mineral importante para controlar a pressão arterial. Vegetais verde escuros : couve, rúcula, espinafre, agrião, brócolis, são exemplos de vegetais com muitas fibras, magnésio, ferro, cálcio e potássio. Se consumidos em bases diárias, ajudam no controle da pressão arterial e mantêm a contração batendo em um ritmo adequado. Sementes : linhaça, chia, gergelim, semente de abóbora e girassol são repletas de ômega 3, fibras e minerais como cálcio, magnésio, potássio e zinco. Ovos : ricos em proteínas de alto valor biológico, além de vitamina D e vitaminas do complexo B, os ovos são opções de fontes proteicas. Frutas vermelhas : possuem ainda antocianinas e compostos fenólicos que ajudam a inativar os radicais livres.
Fonte: Mulher