46% das vítimas de assédio no trabalho não veem punição após denúncia

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46% das mulheres que sofreram assédio no trabalho afirmam que não perceberam nenhuma ação concreta quando denunciaram o agressor
Pexels/Vlada Karpovich

46% das mulheres que sofreram assédio no trabalho afirmam que não perceberam nenhuma ação concreta quando denunciaram o agressor

Um dos grandes problemas para as mulheres no mercado corporativo é o assédio moral e sexual, que muitas vezes, ocorre de maneira silenciosa dentro das empresas e atrapalha a carreira e ascensão feminina. Mostra disso é uma pesquisa realizada pela Zinklar, plataforma de pesquisas de mercado, em parceria com o Instituto Mulheres do Varejo, que entrevistou online 212 mulheres que trabalham no varejo e de todas as classes sociais.

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Dentre as entrevistadas, 37% disseram já terem sofrido assédio moral e 31%, sexual; 70% afirmam terem sofrido assédio (moral ou sexual) no trabalho. Os resultados só comprovam o que muitas mulheres já sabem: a falta de apoio no ambiente corporativo. Isso porque 46% das mulheres que sofreram assédio no trabalho disseram não terem percebido nenhuma ação concreta quando delataram o agressor. E pior: 23% delas disseram terem sido desligadas depois da denúncia.

Foi pensando nisso que o Instituto Mulheres do Varejo se uniu ao Projeto Justiceiras para lançar um canal de denúncias que não estará ligado a nenhuma empresa, prometendo deixar as mulheres mais confortáveis para relatar as agressões.

“Em nossas rodas de conversa, sempre ouvimos casos de assédio e mulheres dizendo que não têm coragem de relatar ao RH ou a algum canal de denúncia interno, pois têm medo de retaliações ou mesmo de demissões. Por isso, resolvemos abrir um canal isento, pois empresas que apoiam o assédio não são empresas com quem queremos trabalhar”, diz Sandra Takata, presidente do Instituto Mulheres do Varejo.

“As mulheres representam aproximadamente 52% das pessoas no mercado de trabalho. No varejo, elas também ocupam metade dos espaços. Se a cada três mulheres, uma sofre algum tipo de violência, certamente, as mulheres do varejo também podem ser vítimas. A parceria tem como objetivo dar as mãos para essas mulheres e protegê-las de toda forma de violência contra a mulher”, completa Gabriela Manssur , fundadora do Projeto Justiceiras.

A pesquisa ainda aponta que 40% das mulheres trabalham em uma empresa que possui um canal de denúncias; 45% responderam o contrário. Quando perguntadas se sentem confortáveis e confiam em realizar alguma denúncia, 62% disseram que sim, que acreditam que serão tomadas medidas necessárias mantendo sigilo sobre o nome da denunciante. Outras 24% acreditam que a denúncia não dará em nada.

Canal de denúncia para o varejo

O canal de denúncia começa a funcionar no mês de maio, e as mulheres que atuam no ecossistema do varejo (varejo, indústria, fornecedores de soluções para o varejo, empresas de pesquisa ligadas ao varejo e distribuidores) poderão acessar o site www.mulheresdovarejo.com.br para relatar o caso. Todas as denúncias serão avaliadas pelo Projeto Justiceiras, que tem canal direto com o Ministério Público.

Os varejistas também poderão ser parceiros do Instituto e receber treinamentos sobre o tema, além de usar o canal como meio para que suas colaboradoras se sintam confortáveis para denunciar casos de assédio.

Fonte: Mulher

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