Bárbara Bastos: Sexo, filhos e os desafios da maternidade

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Como equilibrar todas as funções da maternidade
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Como equilibrar todas as funções da maternidade

Uma das principais queixas da atualidade é o papel da mulher em suas diversas atuações. Se você é mãe, está passando por alguns questionamentos, e está lendo esse texto sem esperança de melhoria, eu preciso que você respire profundo agora, é rapidinho. Pronto, principalmente as mães de primeira viagem vão me entender, e espero que se sintam abraçadas e acolhidas.

Vou começar esse artigo humanizando a nossa conversa. Esse é o nosso momento para compartilhar experiências. Estava relendo algumas anotações dos primeiros dias de vida do meu filho (escrever era uma forma de me aliviar dos meus pensamentos incansáveis), e que diferença faz esperar o tempo passar. Hoje ele tem 1 ano e meio e consigo aproveitar nossos momentos juntos e em família.

Naquela época parecia que nunca ia melhorar, eu tive baby blues de uma forma intensa, e acredito que quase entrei em uma depressão pós-parto, em um trecho das minhas notas escrevi. “Eu não vou dar conta de ser tipo um guarda da madrugada”. Eu chorava, porque era o que me restava, não via uma luz no fim do túnel”.

Mas, vamos lá falar sobre as nossas multifunções. Como terapeuta sexual e sexóloga, eu costumo dizer que cada processo deve ser aproveitado e respeitado. E o primeiro passo é aprender e ter paciência com o novo, com a nova rotina, com a nova vida.

Aprendizados

A sensação de incompetência e culpa não falta. Com os meses passando, a nova vida vai se ajustando eu comecei a refletir sobre o meu desespero do início e enxerguei vários pontos como aprendizados, e abaixo, listo alguns: – O restante da sua vida vai dar uma pausa de dias ou até meses. Não pense em criar tarefas de trabalho ou se obrigar a encontrar amigos ou fazer outras atividades. É provável que você estará tão cansada da privação de sono que isso afetará sua vida como um todo, mas é só por um tempo;

– Quanto mais expectativa você colocar em cima de você, maiores as chances de você se frustrar. Pega leve, você está criando um ser humano que é 100% dependente. Tem ideia da responsabilidade e do trabalho que é isso?;

– Pensamentos são só pensamentos que podem surgir pela sua ansiedade, faça terapia online se conseguir, mesmo que por alguns minutos;

– Aceite ajuda ou busque, seja ela paga ou não, criar um filho não é uma tarefa simples, demanda tempo, atenção e disposição;

– Provavelmente algumas “regras” que você tinha antes de ter filho podem mudar do dia pra noite (literalmente);

– Tudo passa, realmente essa fase que seu filho não interage muito, só mama, dorme e faz necessidades pode não ser a melhor fase pra você, mas ela faz parte e vai passar. Parece que não, mas passa;

– Seu relacionamento pode estar saindo dos trilhos, mas é só uma fase, conversem. Às vezes pode parecer que não vai voltar ao normal, continue conversando e trabalhando com paciência.

Você volta a respirar

Após esse início turbulento e cheio de novidades, a vida vai se ajustando e se adaptando com o filho de vocês. Se você tem rede de apoio, começa a ficar mais fácil encontrar algum tempinho para trabalhar, fazer atividades, encontrar com os amigos de vez em quando e até lembrar, pasmem, que você tem um relacionamento com sua parceira para cuidar.

O relacionamento

Eu sei que durante uma fase você nem pensou nisso, você tava dando o seu melhor para zelar sua saúde mental enquanto tinha um ser humaninho pra cuidar, mas agora chegou a hora de vocês catarem os caquinhos da relação que podem ter sido quebrados por discussões e falta de paciência, e começarem a juntar para reconstruírem o vaso de vocês.

Antes de pensar em sexo, ou “Ai meu Deus! Quanto tempo a gente não transa”, foca no simples. Algumas ideias que vocês já podem implementar por aí são: – Diga mais “eu te amo”;

– Acolham um ao outro, essa mudança acontece para todos os envolvidos e vocês estão dando o melhor;

– Conversem, se expressem, digam o que estão pensando de forma assertiva sem alfinetar ou brigar;

– Se beijem na boca de verdade (não o estalinho da época de 15 anos);

– Se abracem apertado;

– Façam o exercício do olho no olho, sentem de frente, coloquem uma música tranquila, pode ser de meditação ou estilo profundo e fiquem se olhando por pelo menos 3 minutos. Busquem ir além do que se vê, veja a história daquela pessoa, seu valores, suas ideias;

– Aproveitem alguns minutos da noite para vocês, não necessariamente ter relação, mas ver um filme, conversar ou jantar juntos;

– Vão para a cama no mesmo horário na maioria dos dias. Isso faz com que vocês tenham mais oportunidades de estarem juntos nesse momento que só tem vocês dois/duas;

– Se ajudem com as tarefas de casa. Após essa reconexão inicial vocês vão evoluindo para a conexão sexual do casal. Criando momentos mais sensuais e sexuais que não necessariamente é um convite para ir pra cama. Algumas ideias são:

– Mensagens picantes ao longo do dia, exemplo: “estou com vontade de você” e “te espero hoje à noite”;

– Ler contos eróticos para excitar e estimular a imaginação;

– Dar uma pegada mais gostosa no corpo da parceria, seja no bumbum, no quadril ou nos órgãos;

– Beijo de língua é sempre bem-vindo;

– Verem filmes ou séries mais sexys juntos(as).

Equilibrando os pratinhos

O ponto chave na maternidade é saber que você não vai conseguir equilibrar todos os pratinhos ao mesmo tempo. Tirar esse peso das costas dá um alívio. A cada momento, a cada fase você vai dando prioridade para determinadas tarefas, porque de fato, sua vida nunca será como antes, mas será bem melhor tendo sua nova família ao lado.

Fonte: Mulher

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