Veja as denúncias imputadas a Trump pela Justiça de NY

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Trump foi indiciado por suborno a uma atriz pornô norte-americana
Reprodução/Instagram @realdonaldtrump

Trump foi indiciado por suborno a uma atriz pornô norte-americana

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se tornou réu, nesta terça-feira (4), por 34 acusações na Justiça de Nova York. Trump é acusado de usar dinheiro para calar acusações e tentar evitar notícias ruins que pudessem atrapalhar sua campanha eleitoral de 2016.

O iG teve acesso ao documento da promotoria de Nova York que traz detalhes do esquema e acusa o republicano de interferir no pleito.

Segundo a promotoria, Trump e seus aliados teriam criado uma empresa de fachada para pagamentos externos. Entre esses pagamentos, está o suborno para atriz pornô Stormy Daniels.

Para o promotor do caso, Alvin Bragg, Donald Trump tentou encobrir crimes de campanha. Em coletiva, ele negou haver motivação política.

“Fizemos uma investigação minuciosa. O caso estava pronto para ser divulgado e assim foi feito”, disse Bragg.

No caso de Daniels, o grupo ligado a Trump disse tido informações sobre a possibilidade de que a modelo divulgasse um caso extraconjugal entre eles 10 anos antes. Na época, Trump teria entre US$ 130 mil para abafar o caso.

A equipe de Trump ainda ficou preocupada com a divulgação de uma gravação do programa Access Hollywood, da KNBC, emissora ligada à NBC nos Estados Unidos. Em entrevista, o empresário teria dito que era ‘fácil beijar mulheres’ e que tocava nas genitálias delas.

“Eu apenas começo beijando-as [mulheres]. É como um ímã. Apenas beije. Eu nem espero. E quando você é uma estrela, eles permitem que você faça isso. Você pode fazer qualquer coisa. Agarre-as pelas [genitais]. Você pode fazer qualquer coisa”, teria dito Trump, segundo a promotoria.

“As evidências mostram que tanto o réu, quanto sua equipe de campanha, estavam preocupados de que a fita prejudicaria sua viabilidade como candidato e reduziria sua posição junto às eleitoras em particular”, alerta o promotor.

Após a gravação ter se tornado pública, Trump foi alvo de mais uma acusação, dessa vez de uma modelo da Playboy. O ex-presidente teria pagado propina para mulher semanas antes da eleição de 2016. O grupo ligado ao ex-presidente norte-americano teria informações de que uma modelo iria divulgar mais um caso extraconjugal.

O republicano e seu advogado, Michael Cohen, teriam pagado US$ 150 mil para a mulher. Trump chegou a ameaçar fazer o pagamento apenas após o pleito, por entender que uma ‘bomba’ não prejudicaria sua reputação. A pressão, porém, fez Trump pagar o valor antecipadamente.

“Cerca de cinco meses antes da eleição presidencial, por volta de junho de 2016, o editor-chefe do National Enquirer e diretor de conteúdo da AMI (o “editor-chefe da AMI”) contataram o advogado A sobre uma mulher (“Mulher 1”) que alegou ter tido uma relação sexual com o réu, enquanto ele era casado. O editor-chefe da AMI atualizou o advogado A regularmente sobre o assunto por mensagem de texto e por telefone. Ele não queria que esta informação se tornasse pública porque ele estava preocupado com o efeito que poderia ter sobre sua candidatura. A partir daí, o réu, o CEO da AMI e o advogado A tiveram uma série de discussões sobre quem deveria pagar a Mulher 1 para garantir seu silêncio”, diz a promotoria.

“A AMI finalmente pagou US$ 150.000 para a Mulher 1 em troca de sua concordância em não falar sobre a alegada relação sexual, bem como para dois artigos de capa de revista e uma série de artigos que seriam publicados sob sua assinatura. AMI falsamente caracterizou este pagamento nos livros e registros”, conclui o documento.

Porteiro envolvido

Donald Trump ainda teria pagado US$ 30 mil para um ex-porteiro da Trump Tower após o funcionário ameaçar a divulgação de um filho do ex-presidente fora do casamento. Depois que descobriram que a história era falsa, a equipe do republicano até tentou desfazer o acordo, mas Michael Cohen teria determinado a manutenção do pagamento.

“Alguns meses depois, por volta de outubro ou novembro de 2015, o CEO da AMI soube que um ex-porteiro da Trump Tower (o ‘Porteiro’) estava tentando vender informações sobre uma criança que o Réu supostamente teve como pai fora do casamento. A AMI negociou e assinou um acordo para pagar ao Porteiro US$ 30.000 para adquirir direitos exclusivos sobre a história”, aponta a promotoria.

“A AMI caracterizou falsamente este pagamento nos livros e registros, inclusive em seu livro razão geral. A AMI comprou a informação ao porteiro sem investigar completamente suas reivindicações. Quando a AMI concluiu posteriormente que a história não era verdadeira, o CEO da AMI quis liberar o porteiro do acordo. No entanto, o advogado A instruiu o CEO da AMI a não libertar o porteiro até depois das eleições presidenciais, tendo o CEO da AMI cumprido tal instrução por causa de seu acordo com o réu e o advogado A”, completa

Interferência nas eleições

A promotoria entendeu que as ações de Donald Trump interferiu no resultado das eleições de 2016. Segundo os investigadores, Trump agiu para evitar divulgação de histórias que pudessem prejudicar sua imagem e criar notícias falsas contra seus adversários.

“Entre 2 de agosto de 2015 a dezembro de 2017, o réu orquestrou um esquema com outros para influenciar a eleição presidencial de 2016, identificando e comprando informações sobre ele para suprimir sua publicação e beneficiar as perspectivas eleitorais do réu”, afirmou.

Os promotores ainda apontaram que Trump passou a se movimentar para a contratação de uma empresa para analisar as informações que circulavam na internet.

“Em junho de 2015, o réu anunciou sua candidatura a presidente dos Estados Unidos. Logo a seguir, em agosto de 2015, o réu reuniu com o advogado A e os advogados da AMI, presidente e CEO (o ‘CEO da AMI’) na Trump Tower no Condado de Nova York. Na reunião, o CEO da AMI aceitou ajudar na campanha da Ré, dizendo que atuariam como os ‘olhos e ouvidos’ da campanha, procurando histórias negativas sobre o Réu e alertando o Advogado A antes que as histórias fossem publicadas. O CEO da AMI também concordou em publicar histórias negativas sobre os concorrentes do Réu para a eleição”, aponta o documento da Justiça de NY.

Em juízo, nesta quarta-feira, Trump negou todas as acusações. O processo corre sob sigilo e deve tramitar pelo menos até janeiro de 2024. Até lá, o republicano responderá pelos crimes em liberdade.

Fonte: Internacional

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