O FBI prendeu duas pessoas acusadas de operar uma delegacia de polícia chinesa ilegal no centro de Nova York, nos Estados Unidos. A estação policial está localizada em Chinatown, bairro marcado pela grande presença de imigrantes asiáticos.
De acordo com o Departamento de Justiça norte-americano, a base policial que não tinha licença para funcionar tinha o objetivo de intimidar dissidentes críticos do governo chinês nos EUA.
Os detidos foram identificados como “Harry” Lu Jianwang, 61, do Bronx, e Chen Jinping, 59, de Manhattan, e o FBI alegou que os réus instituíram a delegacia sob a direção do Ministério de Segurança Pública da China. Eles também são acusados pelo crime de obstrução de Justiça.
Isso porque, de acordo com a denúncia, eles deletaram contatos nos seus celulares que evidenciavam conversas com um membro do Ministério de Segurança Pública da China assim que souberam das investigações do governo dos EUA.
“Esta acusação revela a violação flagrante do governo chinês da soberania de nossa nação ao estabelecer uma delegacia de polícia secreta no meio da cidade de Nova York”, declarou Breon Peace, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Nova York, em comunicado .
“Conforme alegado, os réus foram instruídos a cumprir as ordens da RPC, inclusive ajudando a localizar um dissidente chinês que vive nos Estados Unidos, e obstruíram nossa investigação ao deletar suas comunicações com um funcionário do Ministério de Segurança Pública da China. Essa delegacia de polícia não tem lugar aqui na cidade de Nova York – ou em qualquer comunidade americana”, complementou.
A delegacia teria sido criada em 2022 e foi invadida pelos oficiais norte-americanos em outubro do mesmo ano. O local fornecia serviços do governo da China como renovação da carteira de motorista, mas não conseguiu o registro legal e oficial junto ao Departamento de Justiça norte-americano.
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Além das prisões relacionadas à delegacia que atuava ilegalmente, a Justiça dos Estados Unidos também acusou formalmente 34 oficiais da polícia da China por repressão a cidadãos críticos ao atual governo do país asiático.
A denúncia dá conta de que todos eles residem na China e trabalham na força-tarefa conhecida como “Grupo de Trabalho do Projeto Especial 912”. O grupo operava via perfis falsos criados em redes sociais e até mesmo interromperam reuniões online em que tópicos críticos ao governo chinês foram discutidos.
“Conforme alegado, o governo chinês implanta uma força-tarefa de elite de sua polícia nacional – o Grupo de Trabalho do Projeto Especial 912 – como uma fazenda de trolls para atacar dissidentes chineses em nosso país por exercerem a liberdade de expressão de uma maneira que o governo da RPC desfavorece e espalha desinformação e propaganda para semear divisões dentro dos Estados Unidos”, destaca Breon Peace.
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Fonte: Internacional