Super heroínas de salto e cabelos soltos e toda a visão masculina de uma mulher projetada nas telas. Mas o cenário começou a mudar. Mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço no universo cinematográfico, e a cineasta Fernanda Schein é a prova disso. Premiada e editora de grandes projetos como “Neymar: O Caos Perfeito”, da Netflix, além de diversos outros títulos da cena independente, ela revela que ainda há um longo caminho a percorrer, mas que já percebe o espaço que as mulheres conquistaram e aponta 9 precursoras desse movimento.
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“Ao longo da história, as mulheres tiveram menos oportunidades. O resultado disso é que a minha geração cresceu com referências sem vozes femininas. As poucas personagens mulheres são na visão masculina sobre uma mulher. Ainda há um longo caminho, mas estamos conquistando mais espaço. Sou constantemente contratada e recebo oportunidades de outras mulheres”.
Nove sucessos, nove mulheres
A luta contra o machismo parece estar produzindo resultados recentes, mas começou há muitos anos. Editora, Fernanda aponta nove mulheres que fizeram história na sua área de atuação no cinema. Confira:
- O Mágico de Oz (1939) – Editado por Blanche Sewell;
- Cantando na Chuva (1952) – Editado por Adrienne Fazan;
- Lawrence da Arábia (1962) – Editado por Anne V. Coates;
- Bonnie e Clyde (1967) – Editado por Dede Allen;
- Tubarão (1975) – Editado por Verna Field;
- Star Wars (1977) – Editado por Marcia Lucas;
- Touro Indomável (1980) – Editado por Thelma Schoolmaker;
- Pulp Fiction (1994) – Editado por Sally Menke;
- Amnésia (2000) – Editado por Dody Dorn.
Desafios atuais
O mundo segue mudando (ainda bem!) e as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço. Mas Fernanda afirma que ainda existem dificuldades. “Algumas posições centrais como Direção de Foto ainda são vistas como super masculinas. Confia-se muito menos em uma mulher operando uma câmera. Mas é o momento de quebrarmos isso”, afirma.
“Sinto que as mulheres estão acordando para o seu próprio poder e parando de pedir permissão para ir atrás das coisas que querem. Estamos aprendendo que não precisamos competir umas com as outras, mas sim nos ajudar, criar oportunidades e treinar mais mulheres, para que cada geração sofra menos desigualdade que a anterior”.
Para chegar lá
Indo sozinha para outro país em busca de viver o sonho de ser editora de cinema, Fernanda tornou-se uma referência e afirma que deseja ser para outras mulheres o exemplo que ela teve. “Quando me sinto perdida ou insegura, me traz direção ter mulheres que estão 15 ou 20 anos na minha frente. Existe um caminho para eu trilhar! Isso é o que eu quero ser para mulheres que estão entrando nessa indústria agora”.
E para quem quer chegar lá também, Schein afirma que é necessário empenho e principalmente autoconfiança. “Vocês pertencem a todos os lugares que quiserem entrar. Não peçam permissão. Criem seus projetos, escrevam suas histórias, falem do que gostam e procurem outras mulheres para se inspirarem. Estude e pratique muito a habilidade que você quer dominar”.
Além disso, a cineasta destaca a importância de reconhecer outras mulheres: “Se você se tornar uma mulher em posição de liderança, não se acomode! Desça o elevador para subir mais mulheres para onde você está. Tenha sempre esse compromisso de criar oportunidades”, afirma.
Saiba mais sobre Fernanda Schein
Do interior do Rio Grande do Sul para Los Angeles, a cineasta e editora Fernanda Schein já atuou em diversos projetos do cinema e da publicidade. Fez mestrado na New York Film Academy e partir daí, participou da produção do filme “Forbidden Wish”, considerado o melhor longa pelo Santa Monica Film Festival e disponível no Prime Video, e de produções independentes, como “ The Boy in The Mirror”, vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no California Women’s Film Festival.
Foi editora/montadora principal de projetos dirigidos por Rob Styles, como “A Social (Media) Construct” e “Sleeping Awake”. Agora, está brilhando cada vez mais com o recém lançado “I See You” e como parte do dream team da Campfire, importante produtora em Los Angeles, responsável por “Neymar: O Caos Perfeito”. Está prestes a estrear, ainda em 2023, “Envenenados: O Perigo na Nossa Comida”, para a Netflix, além do longa-metragem “Farewelling”, dirigido por Rodes Phire, e do curta “Last Minute”, de Joel Junior.
Fonte: Mulher