O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou no início da tarde desta terça-feira (16) na sede da Polícia Federal , em Brasília , para depor no inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação durante a pandemia da Covid-19.
O depoimento do ex-mandatário deve ter início às 14h. Essa é a terceira vez, em menos de dois meses, que Bolsonaro é convocado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal.
A investigação da PF aponta indícios de que seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e outros assessores próximos teriam colaborado na emissão de certificados falsos de imunização contra a COVID-19 para Bolsonaro e sua filha, com o objetivo de garantir sua entrada nos Estados Unidos no final de 2022.
Segundo a Polícia Federal, há registros no aplicativo ConecteSus — utilizado pelo Ministério da Saúde para emitir certificados de vacinação , indicando que a conta associada a Bolsonaro foi acessada de dentro do Palácio do Planalto pelo ex-ajudante de ordens para emitir os comprovantes falsos.
Essa evidência reforça a suspeita de que Bolsonaro tinha conhecimento da falsificação dos documentos.
Caso seja comprovada a participação de Bolsonaro, ele poderá ser acusado do crime de inserção de dados falsos em sistemas de informação, sujeito a pena de até 12 anos de prisão e multa
Além disso, a PF investiga se os certificados falsos foram utilizados pelo ex-presidente em alguma ocasião, o que poderia configurar um crime federal nos Estados Unidos, com pena de até dez anos de prisão.
Especialistas em direito avaliam que existem indícios fortes que justificam a investigação da possível participação de Bolsonaro, uma vez que as fraudes teriam sido realizadas dentro do Palácio do Planalto por seus assessores mais próximos.
Contudo, o ex-presidente nega ter conhecimento da falsificação e poderá se defender durante o depoimento, atribuindo qualquer crime a uma ação autônoma de seus subordinados, especialmente Mauro Cid, que está preso.
Em depoimentos anteriores, ele tratou de questões relacionadas a joias recebidas da Arábia Saudita e não declaradas à Receita Federal, bem como sua suposta influência em ataques antidemocráticos.
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Fonte: Nacional