Com o Dia das Mães, é inevitável pensar em como a relação mãe e filho se constrói. E quando os filhos chegam na fase da adolescência, muitas vezes, algumas situações acabam se tornando mais complicadas. Afinal, como lidar com um filho que está aprendendo sobre o mundo que o cerca, questionando regras e valores?
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Duas informações são importantes: a primeira é que ninguém ensina a ser mãe de adolescente, e a segunda é que a adolescência ainda é um tabu a ser desmistificado. A escritora e educadora, especialista em comportamento adolescente, Carolina Delboni, afirma: “A adolescência é um grande tabu, e a gente deveria quebrá-lo. Pelo bem dos filhos, pelo bem dos pais e da própria nação. Adolescentes não são chatos”.
A fase da adolescência é um período de transição tanto para os filhos quanto para as mães, que muitas vezes se sentem perdidas e sem saber como lidar com as mudanças de comportamento e atitudes dos adolescentes. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade única para fortalecer a relação e o vínculo entre ambos.
A autora afirma que, nessa fase, os filhos estão experimentando e descobrindo novas sensações, ideias e relações, por isso, é importante que as mães estejam presentes e disponíveis para orientá-los e ajudá-los a se tornarem adultos responsáveis e conscientes. Contudo, isso não significa que a relação mãe e filho deva ser de autoritarismo e imposições. Pelo contrário, é preciso ter uma postura de diálogo e respeito mútuo, que permita aos filhos expressarem suas opiniões e ideias, ao mesmo tempo em que os pais possam expor suas preocupações e valores.
É fundamental compreender que, durante o período, os filhos precisam de espaço para crescer e se desenvolver, mas também precisam de limites e orientações claras. Em seu livro, “Desafios da Adolescência na Contemporaneidade – Uma conversa entre pais e educadoras”, Carolina Delboni explica que os adolescentes sabem argumentar, rebater fala de pai e mãe e dizer o que pensam com veemência, mas ainda tem poucos recursos internos para lidar com os sentimentos e as emoções. Por isso, além das questões físicas e hormonais, passam por oscilações constantes de humor.
A autora menciona cinco atitudes para se aproximar dos filhos durante a adolescência sem que eles se sintam controlados ou confrontados:
- O que ninguém te conta é que ser mãe de adolescente também pode ser uma oportunidade para aprender e crescer junto com ele. E é necessário que, nesse aprendizado, construa-se uma relação baseada no amor, na confiança e no respeito, que será levada para a vida toda;
- É normal que ocorram desentendimentos, mas para que isso não seja recorrente, a comunicação aberta, clara, educada e sincera é a chave para uma relação saudável e duradoura;
- Mantenha o contato com a escola e o ciclo de amizades do seu filho. Aproxime-se dos ambientes que ele frequenta, com a intenção de se inserir no mundo dele. Isso também fará com que você consiga ajudá-lo caso ele esteja passando por problemas;
- Por muitas vezes, os filhos acham que não podem contar com os pais. Mostre sempre o seu apoio e esteja disponível para ouvir, sem julgamentos, mas sim com conselhos;
- Seja também uma companheira do seu filho. O trabalho da mãe é nutrir e cultivar a amizade com o adolescente. Ainda que façam parte de gerações diferentes, nada impede que as duas partes compreendam uma à outra e estejam inseridas nas duas realidades.
Fonte: Mulher