Se você faz parte do grupo de pessoas que deseja ter ou já tem filhos, qual é o legado que será deixado para eles? Ao falar em legado, é possível pensar em diferentes tipos de heranças, como a emocional, cultural, moral e financeira, mas, de forma absoluta, todas precisam ser construídas ao longo da vida dos filhos ou da nossa, como é o caso da última citada.
A empresária Carina da Costa, especialista no assunto, explica que é fundamental criar um plano financeiro a longo prazo, mesmo que essa pareça uma tarefa desafiadora: “A maior complexidade está em encontrar coragem para começar do que no processo em si”.
“A criação desse plano começa com a avaliação honesta da própria situação, a visão de onde queremos chegar e a determinação de traçar o caminho entre esses dois pontos. Ajustar gastos e economias, gerenciar dívidas, garantir o futuro com seguros adequados e diversificar os investimentos fazem parte do processo, mas a chave é compreender que ele ocorre a partir de uma série de decisões e ações consistentes que se somam ao longo do tempo. No início pode ser difícil, mas a beleza é ver que, uma vez iniciado, construir esse plano se tornará mais fácil e, eventualmente, até empolgante… Principalmente ao vermos os frutos de todo o esforço”, garante.
Carina faz questão de lembrar que esta é uma jornada onde a força interior será sua melhor aliada: “Com paciência, determinação e uma abordagem consciente, a libertação das dívidas e a segurança financeira para o futuro dos seus filhos são objetivos perfeitamente alcançáveis”, afirma ela, que além de coach, também é CEO da Mentoria DiVida. Confira as dicas da empresária:
1) Compreenda sua situação financeira
É crucial ter uma visão ampla do orçamento: a natureza e o montante de dívidas, as despesas recorrentes e as fontes de renda. Ter essas informações pode exigir esforço, mas é o primeiro passo para a recuperação financeira. Nesta etapa, a questão é priorizar: as dívidas com altos juros devem ser abordadas primeiro, pois causam danos maiores a longo prazo e, além disso, outras estratégias para renegociação podem ser exploradas. Em paralelo, é essencial minimizar despesas e explorar oportunidades para aumentar a renda, seja por meio de um trabalho secundário ou investindo em capacitações para uma carreira melhor remunerada.
2) Invista de maneira inteligente
Criar uma conta de poupança para a educação ou um fundo pode ser um bom começo de economizar para o futuro dos filhos. Aconselho buscar orientação de um consultor financeiro para entender os diferentes veículos de investimento, com atenção especial para aqueles com benefícios fiscais.
3) Priorize a educação financeira
Educar as crianças sobre finanças desde cedo é um dos maiores presentes que podemos dar a elas e, ao fazer isso, também estaremos aprendendo. Quando equipamos nossos jovens com o conhecimento de como o dinheiro funciona, estamos colocando-os no caminho para a independência financeira e o sucesso ao longo da vida. Não é apenas sobre entender o valor do dinheiro, mas também sobre desenvolver habilidades de gestão dele. Isso inclui aprender a economizar, entender a diferença entre necessidades e desejos e começar a compreender conceitos mais complexos, como juros, investimentos e planejamento de aposentadoria, além de inserir na formação deles valores como paciência, prudência e a importância do trabalho.
Carina completa dizendo que o verdadeiro legado vai além das cifras pois ética de trabalho, integridade, generosidade e empatia são igualmente, senão mais, importantes: “Esses valores não apenas orientam a maneira como nossos filhos irão interagir com o dinheiro, mas também moldam a maneira como eles vivem suas vidas e interagem com o mundo ao seu redor”, finaliza.
Portanto, quem acredita que para lidar com dinheiro basta um amontoado de técnicas, enganou-se. É pré-requisito olhar para dentro, entendendo crenças e preparando o emocional para acumular riqueza. Caso contrário, o dinheiro poderá passar por você, mas dificilmente permanecerá em sua vida (e na de seus filhos) por muito tempo.
Fonte: Mulher