Lula defende regra ‘móvel’ para meta de inflação

Economia

Lula
redacao@odia.com.br (Agência Brasil)

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (29) que apoia uma regra de meta de inflação mais flexível. Segundo ele, o país “não precisa ter uma meta tão rígida” e que a política monetária “tem que ser móvel” e “ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade”.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta quinta para definir se realizará alterações no sistema de metas de inflação. O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG

“Eu não sei qual é a decisão do Conselho Monetário, vão tomar a decisão. O que eu acho, o que eu penso agora como cidadão brasileiro é que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida, como estão querendo agora, sem alcançar. A gente tem que ter uma meta que a gente alcance”, disse o presidente em entrevista para a Rádio Gaúcha.

“Alcançou aquela meta a gente pode reduzir e fazer mais um degrau, descer mais um degrau. Alcançou aquele degrau, a gente desce mais um degrau. É para isso que a política monetária tem que ser móvel, ela não tem que ser fixa e eterna. Tem que ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade”, completou.

Haddad também defende alteração na política de metas. Para ele, o plano de atingir um nível para a inflação deveria ser contínuo e não anual.

Em 2023, o CMN definiu a meta de inflação em 3,25% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Selic

O presidente Lula também criticou o Banco Central durante a entrevista, ainda insatisfeito com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) no maior patamar desde 2016.

“Eu acho que é um equívoco, não tem um setor da economia, a não ser o financeiro, não tem um setor da economia, seja das grandes empresas, pequenas empresas, médias empresas, pequeno varejista, grande varejista, todo mundo contra esse absurdo da taxa de juros que ninguém pode captar dinheiro para investir”, declarou.

Pela lei da autonomia do Banco Central, aprovada em 2021 durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ficou definido que cabe ao Senado a destituição do presidente da autoridade monetária.

“O Senado tem responsabilidade porque foi o senado que aceitou a indicação do ex-presidente e indicou o presidente do Banco Central. Quando era o presidente que indicava, o presidente tirava ou colocava. Eu lembro que o FHC tirou uns dois ou três presidentes do BC. Outros presidentes tiravam”, adicionou.

Reforma tributária

Lula defendeu a proposta de reforma tributária enviada pelo governo, mas afirmou que “certamente não passará a integralidade daquilo que o governo queria”.

“Certamente não passará a MP na integralidade daquilo que o governo queria, mas certamente passará uma MP que vai dotar o estado de maior proteção contra a sonegação, de maior capacidade de arrecadação, porque mais gente vai contribuir, e também de capacidade de redução da quantidade de imposto. A gente não quer punir a produção a gente quer efetivamente que a gente possa cobrar isso no consumo.”

A proposta foi enviada pelo relator Aguinaldo Ribeiro na última quarta-feira (22) em forma de Proposta de emenda Constituição, não como MP, como disse Lula.


Fonte: Economia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *