*Por Zé Américo Silva
Foto: Agência Minas Gerais
O Brasil não é para amadores, muito menos para quem se acha profissional e pisa na língua quando fala.
O empresário e doublé de político Romeu Zema, que está governador de Minas Gerais, mostrou-se apequenado, quando, numa entrevista para o jornal o Estado de São Paulo, buscando se credenciar como um nome da extrema-direita para a disputa presidencial de 2026, destilou todo o seu elitismo ao propor um fortalecimento político dos sete estados do Sudeste e Sul ‘maravilha’ contra o Norte e Nordeste, alegando que estas regiões vivem às custas das benesses deles.
Para ele, o fato de reunir nesses estados 56% da população é a prova de que eles precisam mandar no país. E cita a união dos estados do Nordeste como uma ameaça à eles.
Nas entrelinhas ele está discriminando o Nordeste e os brasileiros que vivem nessa região pelo fato de receberem a maior parcela do Bolsa Família, uma
política social de distribuição de renda e reparação das desigualdades sociais, garantindo o mínimo de dignidade para famílias que vivem na linha da miséria.
Esquece o empresário/governador mineiro que o Sudeste e Sul, também recebem os benefícios do bolsa família para milhões de seus conterrâneos e que o desenvolvimento desigual destas regiões em relação ao restante do país, se deve a um secular tratamento diferenciado que a elite recebe do governo federal, através de isenções fiscais bilionárias do tesouro público a seus pares empresariais, que muito pouco dão de retorno ao país. Se existe hoje o bolsa família, desde o Brasil Colônia existem os incentivos ao investimento empresarial, o que nada mais é que uma bolsa assistencial para ricos e milionários.
O MauZema – como já esta sendo chamado – na sua fala elitista, nem cita o Centro Oeste e seus importantíssimos cinco estados, celeiros do agronegócio, importante setor econômico do Brasil.
Ao insultar o Norte/Nordeste com sua fala divisionista, esquece que boa parte do estado que representa, é considerada Nordeste, chegando a fazer parte da área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE e recebendo todos os benefícios dados a região, inclusive com acesso aos recursos do Banco do Nordeste do Brasil.
O governador dos mineiros se orgulha de não ser um político e de não precisar da política para viver, mas busca com sua posição elitista, dividir o Brasil entre ricos e pobres e assim se posicionar como o candidato ideal da extrema-direita, pensando única e exclusivamente em um projeto pessoal.
Minas Gerais e seu povo gentil e hospitaleiro não merece um sujeito desse
falando por eles.
Minas é Brasil e o Brasil é um só.
*Zé Aérico Silva é jornalista
