Vera Holtz diz que menstruou aos 63 anos. Especialista explica

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Vera Holtz diz que menstruou aos 63 anos
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Vera Holtz diz que menstruou aos 63 anos

Vera Holtz contou que menstruou aos 63 anos. Segundo a atriz, o fato inusitado aconteceu enquanto gravava uma cena do filme As Quatro Irmãs. “Quando a gente fez esse documentário, tivemos um fenômeno, não sei se porque eu estava fazendo reposição hormonal ou não na época, mas eu realmente menstruei”, disse em entrevista para a revista Veja.

“Eu estava na cozinha, fazendo uma cena de diálogo com meus pais [no filme], e isso irrompeu em uma menstruação, começou a pingar sangue. Mas o que foi interessante naquele momento foi entender do feminino, da menstruação, do que nos diferencia. O fato óbvio de que uma pessoa que menstrua tem óvulos, filhos, continuidade, ancestralidade”, declarou a atriz.

Segundo Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra, médico associado à FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), é possível menstruar até os 60 anos, sim, de fato é. “Mas é um evento bastante raro entre as mulheres, em especial no Brasil, onde em média as mulheres vão ter a sua última menstruação entre os 48 e 52 anos de idade, sendo considerado normal que isso aconteça desde os 45 até os 55 anos de idade, e podendo aí ter uma variação para mais ou para menos de 5 anos. É considerada menopausa precoce, aquela que acontece abaixo dos 40 anos de idade. Então, é possível menstruar até os 60, mas não é a frequência mais comum, é bastante rara essa situação”, explica o médico.

Sangramentos após a menopausa devem render uma atenção por indicar algum problema mais grave?

No cenário em que a paciente não está usando nenhuma terapia hormonal e ela já tem constatada a menopausa, seja por dosagens hormonais, seja por ausência de menstruação associado ou não de sintomas de menopausa, mas enfim, a paciente já confirmada a menopausa e apresenta ali algum tipo de sangramento, a primeira possibilidade é que seja um sangramento por atrofia em relação aos hormônios.

“A paciente pode, por conta da ausência total de hormônios sexuais, ter uma atrofia do endométrio tão intensa que vasos ali posteriores, por trás, dessa camada podem se romper e eventualmente causar pequenos sangramentos, inclusive essa é a causa mais comum e frequente de sangramento na mulher após a menopausa. Porém, outras condições podem provocar sangramento após a menopausa, desde pequenas lacerações da vagina, ou eventualmente um pólipo de colo de útero, que é uma carne esponjosa que se forma normalmente por conta de algum processo inflamatório, ou um pólipo endometrial, ou um pequeno mioma que está crescendo para dentro do útero, todas essas situações podem provocar sangramento também na pós-menopausa e são situações benignas”, diz Pupo.

O médico alerta que, por exemplo, câncer de colo de útero, câncer de endométrio, podem também causar sangramento na pós-menopausa. “O do colo de útero normalmente está relacionado também à relação sexual, por trauma da massa tumoral, por trauma onde as células tumorais estão se desenvolvendo e aí você tem sangramento, mas pode também ter sangramento espontâneo. E o câncer de endométrio costuma ser um câncer que sangra bastante precoce no início do seu desenvolvimento e isso deve sempre gerar um alerta à mulher para que procure o ginecologista para fazer os exames necessários e se detectada alterações sugestivas, prontamente ser tratada, porque todo câncer, nós sabemos, quando tratado no seu estágio mais inicial, o tratamento é simples, pouco complexo e garante uma sobrevida excelente”, adverte o médico.

“Sempre devemos estar atentos aos sinais do nosso corpo e sangramentos após a menopausa devem sempre dar o start, iniciar na cabeça da pessoa, da mulher, que está tendo esse sangramento, a necessidade de buscar um atendimento médico para descartar possíveis causas mais graves para esse sangramento. O sangramento pós-menopausa é um sinal de alerta sempre, mesmo que em sua maior quantidade de vezes vai ser por conta de uma questão benigna. Mas sangramento pós-menopausa deve sempre gerar atenção e cuidado e deve sempre ser reportado ao médico que acompanha a paciente”, recomenda Pupo.

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Fonte: Mulher

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