Pandas de zoológicos podem estar sofrendo de ‘jet lag’, revela estudo

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A mudança afeta no bem-estar e no comportamento dos animais
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A mudança afeta no bem-estar e no comportamento dos animais

Um estudo publicado nesta segunda-feira (18), pela revista Frontiers in Psychology, aponta que os pandas-gigantes que vivem em cativeiro podem estar sofrendo de “jet lag” . Segundo o estudo, as diferenças no entre o habitat natural e o cativeiro podem afetar o relógio biológico dos animais e impactar o bem-estar e o comportamento deles.

Os pandas possuem um relógio circadiano, ou seja, seu funcionamento segue um padrão de ciclos de aproximadamente 24 horas, sendo regulado por sinais no ambiente. Entretanto, a pesquisa mostra que os sinais emitidos no cativeiro não tem representado os mesmos do habitat natural. “Os animais, incluindo os humanos, desenvolveram ritmos para sincronizar o seu ambiente interno com o ambiente externo”, diz uma das autoras do estudo de doutorado da Universidade de Stirling, na Escócia, Kristine Gandia.

O ciclo desregulado acaba afetando o bem-estar dos pandas em cativeiro, que são uma das espécies em risco de extinção na natureza. A pesquisadora explica o porquê da comparação com o “jet lag”: “não se refere à incapacidade aguda de dormir nos horários adequados, resultante da movimentação rápida entre diferentes fusos horários, mas sim à potencial falta de capacidade de adaptação total às condições ambientais. Condições e sinais em latitudes para as quais os pandas não evoluíram para viver. Portanto, isso pode resultar na dessincronização de certos relógios internos ou comportamentos com o ambiente ou entre si.”

“Quando os relógios internos não estão sincronizados com sinais externos como luz e temperatura, os animais experimentam efeitos adversos. Nos humanos, isso pode variar desde o jet lag até problemas metabólicos e distúrbios afetivos sazonais”, explica Gandia.

Ela ressalta que o estudo traz um conceito que pode ser aplicado a todos os animais que estão em cativeiro.

A escolha dos pandas-gigantes como foco do estudo se dá, em partes, pelas rotinas altamente sazonais. Esses animais fazem a migração na primavera, por conta do determinado tipo de alimento que consumem (brotos de bambus). Além disso, a estação é a época de acasalamento do animal. “Eles são muito populares em zoológicos e há muitos que possuem ‘panda cams’ (webcams dos recintos dos animais), então podemos ver como seu comportamento muda em diferentes latitudes”, disse a pesquisadora à CNN Internacional.

Com as câmeras, foi possível analisar a rotina dos pandas 24 horas. Além das questões estruturais dos cativeiros, a presença de tratadores em horários regulares, podem ser alguns dos fatores que geram o impacto no ciclo circadiano dos animais.

Ao todo, foram 13 observadores liderados por Gandia, para realizar o estudo. 11 pandas-gigantes em seis zoológicos diferentes foram o alvo da pesquisa. Em todos os casos, eles haviam nascidos em cativeiro. O nome dos zoológicos não foi divulgado, mas a pesquisa afirma que estão em latitudes aproximadamente covalentes ao habitat natural (26 e 42 graus norte), e alguns fora desse aspecto.

A observação durou um ano, com leituras regulares para entender se houve alteração no comportamento dos animais. Segundo Gandia, diversos comportamentos foram analisados na pesquisa, como “brincar, cuidar da aparência e comportamentos sexuais como comportamentos positivos, e beber e urinar/defecar como comportamentos de manutenção neutros, e vários comportamentos anormais/estereotípicos como comportamentos negativos, sendo o ritmo mais comum”.

Eles concluíram que os que viviam fora da latitude natal, apresentavam um comportamento menos ativo, sendo possivelmente causado pela diferença de luz e temperatura.

Fonte: Internacional

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