A Rainha da Ginástica Brasileira fez, neste sábado, algo que ninguém conseguiu até agora no Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia, na Bélgica: desbancar o fenômeno do esporte, Simone Biles. Rebeca Andrade conseguiu o ouro no salto sobre a mesa ao obter a média 14.750. A norte-americana, que sofreu uma queda em um de seus saltos, o Biles 2, registrou 14.549. A sul-coreana Yeo Seojeong (14.416) completou o pódio.
A ginasta de Guarulhos foi a última atleta a saltar. Na primeira rodada, executou um Cheng muito preciso, o que lhe valeu a nota 15.000. Depois, a brasileira mostrou um Yurchenko com dupla pirueta, que recebeu 14.500 pontos. Trata-se da segunda medalha de ouro em Mundiais de Rebeca nesta prova. Ela levara o título do salto na edição de Kitakyushu, no Japão, em 2021. No mesmo ano, anteriormente, ela se consagrara nos Jogos Olímpicos de Tóquio, também com o ouro no salto.
Biles, que vem novamente deixando o Mundo da ginástica boquiaberto, chegou à final por ter hoje o salto mais difícil segundo o código de pontuação, com 6,4 de dificuldade. Trata-se de Yurchenko com duplo mortal carpado. Na final, no entanto, Biles caiu, e recebeu 14.433. Depois, a nota que recebeu por um Cheng foi 14.666, insuficiente para destronar Rebeca.
A presidente da CBG, Luciene Resende, não escondeu suas emoções. “Confesso que já estava feliz demais com todas as conquistas que a Ginástica do Brasil já obteve aqui na Antuérpia. Mas ver a Rebeca superar a Biles numa final com nível técnico tão elevado, e ouvir o nosso hino nacional na solenidade de premiação…Não consigo traduzir em palavras toda essa emoção. Tenho a certeza de que todas essas glórias vão servir como combustível para que toda a comunidade da modalidade siga trabalhando com muito otimismo e confiança, porque mais conquistas estão por vir”.
Rebeca destacou a importância do trabalho mental para poder executar o que vem sendo treinado com tanta qualidade. “Estava muito concentrada para fazer a minha parte e consegui fazer, com foco total. Estou muito feliz e orgulhosa. Esta é uma medalha muito importante, porque é o meu melhor aparelho. Subi, fiz a minha parte, consegui controlar toda a emoção e o nervosismo. Deu tudo certo e estou muito feliz”.
O treinador Francisco Porath Neto nota uma Rebeca cada vez mais consistente nas grandes competições. “Ela está mais firme nas competições mais importantes. Vem conseguindo fazer a execução de uma forma muito tranquila. Na verdade, compete com ela mesma, sem contar com a nota de uma ou de outra adversária. Ela conta com a nota dela mesma. Já faz três anos que ela é campeã mundial: 2021, 2022 e 2023. Isso diz muito sobre a competência e a regularidade da Rebeca”.
Fonte: Esportes