As forças policiais israelenses estão monitorando as redes sociais e repreendendo cidadãos que expressam apoio à Palestina.
A cantora e neurocientista Dalal Abu Amneh, de origem palestina, mas nascida em Israel, foi uma das pessoas detidas pela polícia.
Segundo o advogado da cantora, os oficiais a acusaram de “comportamento disruptivo” e que suas postagens poderiam incitar a violência entre seus seguidores. A postagem em questão trazia o lema árabe “Não há vencedor senão Deus” acompanhado de uma bandeira palestina. Após ser liberada mediante pagamento de fiança, a cantora contou sua experiência através das redes sociais.
As autoridades policiais israelenses afirmam ter investigado e detido mais de 100 pessoas com base nas suas atividades nas redes sociais. Mais da metade das ocorrências aconteceram somente em Jerusalém. Além disso, diversas pessoas foram demitidas ou enfrentam suspensões em seus trabalhos ou universidades por conta do posicionamento.
“Quem incitar contra o Estado de Israel, seus símbolos de governos, oficiais eleitos, militares ou policiais, deve ser ciente de que a Polícia de Israel irá responder de forma firme e sem clemência”, declarou Yaakov Shabtai, Comissário de Polícia durante uma reunião da alta cúpula da corporação na última semana.
Segundo a Adalah, organização que cuida dos direitos dos árabes em Israel, desde o dia 7 de outubro, mais de 40 pessoas já foram demitidas ou enfrentaram reprimendas em ambientes de trabalho por sua atividade nas redes sociais.
“As pessoas estão tendo seus meios de subsistência ameaçados por curtir uma postagem”, afirmou Salam Irsheid, advogado da Adalah.
“Nenhum desses casos são sobre ações, demonstrações ou participação em atos ilegais. São apenas postagens em redes sociais. Mais de 90% das postagens são claramente contra a guerra e contra as ações de Israel em Gaza, apoiando as vítimas da guerra em Gaza. 10% das publicações estão em uma área vaga que pode ser interpretada como apoio ao Hamas. Em tempos comuns, não seriam vistas dessa forma”, concluiu Hassan Jabareen, diretor geral da Adalah.
Fonte: Internacional