CONIB apresenta dados inéditos em eventos em Brasília e outras capitais que marcam o Dia Internacional do Combate ao Fascismo e Antissemitismo
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O aumento da violência e do discurso de ódio a partir do conflito no Oriente Médio é uma realidade preocupante, evidenciada por dados da Confederação Israelita do Brasil (CONIB). Mesmo geograficamente distante da guerra, o Brasil tem o registro de crescimento de 961,36% de denúncias antissemitismo apenas no mês de outubro, em comparação ao mesmo mês do ano passado.
O estudo foi apresentado nesta quinta-feira (9), em eventos em Brasília e em outras quatro capitais do país – São Paulo, Porto Alegre, Recife e Salvador – que marcam o Dia Internacional do Combate ao Fascismo e Antissemitismo. “Não podemos imaginar um cenário em que as minorias sejam discriminadas, em que o discurso de ódio se faça presente e que as manifestações violentas se expressem mais que o sentido da convergência e do entendimento”, afirmou o presidente da Conib, Claudio Lottenberg.
Foram 467 denúncias registradas Departamento de Segurança Comunitária CONIB/FISESP no mês passado, contra 44 em outubro de 2022. Crianças, jovens, homens e mulheres de todas as idades que sofreram algum tipo de violência por serem judeus. Se considerado o acumulado do ano, de janeiro a outubro, o aumento é de 133,6%.
“Por trás desses números, crianças que sofrem bullying na escola, estudantes ofendidos em universidades, professoras que receberam mensagens saudando o grupo terrorista Hamas, mães e pais de família constrangidos com palavras discriminatórias por vizinhos, e muitos, muitos, comentários antissemitas, de apologia ao nazismo e ameaças de morte pelas redes sociais”, aponta Claudio.
A apresentação dos dados para jornalistas e autoridades foi marcada por uma série de exemplos de ofensas e manifestações públicas do discurso de ódio contra Israel e contra os judeus. Os números refletem as denúncias que chegam aos canais da Conib, mas acredita-se que há subnotificação.
Principais dados
• ↑ 961,36% das denúncias antissemitismo em out/2023 (467) em comparação vivas do que aconteceu.
“Lojas, sinagogas, livros sagrados, tudo em chamas, tudo quebrado, tudo destruído! Tristes marcas que vão muito além das estrelas amarelas, dos triângulos rosa, suásticas, caricaturas, ofensas e proibições que há tempos vinham nos perseguindo. Por que? Para que? Hoje, após ao menos três gerações, com muita dor, revejo e escuto na minha mente, tudo o que as crianças de hoje estão passando ao vivo e a cores”, declarou.