Nesta terça-feira (21), a China disse que a Argentina cometeria um “erro grave” caso cortasse relações com o país após a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais do último domingo (19). O presidente argentino eleito disse que não negociará com comunistas.
Milei criticou a China e o Brasil — dois dos parceiros comerciais mais importantes de seu país. Alguns meses atrás, inclusive, o presidente eleito comparou o governo chinês a um “assassino” e disse que a população do país “não era livre”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning disse que tem sido um bom momento para o desenvolvimento das relações bilaterais com a Argentina e que Milei cometeria um “erro grave” se decidisse cortar os laços do país com outras nações, como China e Brasil.
Diana Mondino, economista cotada para se tornar ministra das Relações Exteriores do governo de Milei, afirmou que a Argentina não se juntaria ao Brics, de acordo com a agência de notícias russa RIA Novosti .
O país está entre os seis convidados a se juntarem ao bloco, que é formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. Mondino, no entanto, disse que a Argentina “pararia de interagir” com os governos da China e do Brasil.
Questionada sobre as falas de Mondino, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que “os dois lados têm uma forte complementaridade econômica e um enorme potencial de cooperação”.
“A China está disposta a continuar a trabalhar em conjunto com a Argentina para promover a estabilidade e o desenvolvimento de longo prazo das relações bilaterais”, afirmou.
As declarações de Milei vão ao contrário do caminho que era seguido por Alberto Fernández, que está deixando a presidência do país. No mês passado, o agora ex-mandatário saudou a China como um “verdadeiro amigo” da Argentina ao visitar Pequim.
Fonte: Internacional