Cannabis para bem-estar: este é o negócio de Ana Júlia Kiss

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Ana Júlia Kiss comanda a Humora
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Ana Júlia Kiss comanda a Humora

Avançar com o uso da Cannabis Medicinal não para doenças crônicas e terminais, e sim para o uso em problemas do cotidiano, como sono, TPM, imunidade. Esse é o principal foco da Humora, startup fundada por Ana Júlia Kiss, que produz nos Estados Unidos, mas comercializa no Brasil.

Ana foi preparada para comandar a empresa familiar, a Adecol, mas em 2019, a executiva vendeu a empresa para o grupo HB Fuller. Ana continuou na operação, onde gerenciava um orçamento de US$ 110 milhões em negociações e compras para toda a América. Um ano depois, em 2020, ela saiu da empresa e decidiu tirar um ano sabático. Passou a viver em um trailer, em busca de autodescoberta profissional e pessoal.

Durante esse período, ela se tornou investidora-anjo de startups focadas em sustentabilidade e/ou lideradas por mulheres, ampliando seu entendimento para diversos negócios em alta no mundo, como os medicamentos feitos à base de cannabis. Foi nesse contexto que Ana fundou a Humora, uma startup brasileira focada em promover o uso de cannabis medicinal no cotidiano, oferecendo acesso a produtos com canabidiol (CBD) de fácil uso e microdosagem

Ana foi para os Estados Unidos em fevereiro de 2020, naquele momento, com a pandemia, seria impossível empreender. ” Estudei muito, perdi 20 kg e virei investidora anjo. Daí veio a ideia da Humora, que tem como pilares a visão feminina, o coletivo, ESG, e estar pronta para começar um novo mercado”, diz.

O negócio da cannabis medicinal é recente no Brasil, tem cerca de 8 anos, e sempre se relaciona com alguma doença crônica. “Todo mundo tem um sistema carabidinoico no corpo. É como a vitamina C, todo mundo deveria ter acesso e deveria usar o canabidiol, para libido, TPM, sono, imunidade. Não são para doenças”, esclarece a executiva.

A empresa também tem um cuidado com ESG e nasce com três selos sociais, apoiando duas ONGs, a Cultive, que faz óleos e distribui para classe baixa, e o grupo Humanitas 360, de Patrícia Vilela, que tem um trabalh com mulheres egressas do sistema prisional. Também tem o selo Eu Reciclo, com o intuito de negativar o impacto de resíduos. Além disso, compensa a emissão de carbono de seus fretes aéreos.

“Nosso produto é tecnológico. A maioria dos medicamentos parece um floral de Bach, e vem em frascos com base de óleo. O nosso é um spray, à base de água, que o corpo absorve melhor”, detalha Ana Júlia. As fórmulas também trazer outro fitoterápicos, como valeriana, melatonina e o canabidiol.

Qualquer tratamento do gênero só pode ser feito com receita médica e solicitação de autorização da Anvisa. A importação é isenta de impostos até o valor de 10 mil dólares, estou na Califórnia. “Cerca de 18 medicamentos com cannabis são vendidos em farmácia, mas para patologias crônicas”, esclarece.

Ana Júlia acredita que o negócio da cannabis medicinal no Brasil vai prosperar e mudar. “Pior do que tá não fica. Tem várias barreiras. Faz quase 8 anos que já que é legal no Brasil, são 430 mil pacientes legais no Brasil. Para cada pessoa que usa, é um ato civil, ainda há questões regulatórias. O ideal é não precisar de prescrição médica, nem de autorização”, avalia.

Os produtos da Humora não tem THC, só canabidiol, mas ainda precisa do médico. Os produtos também não podem ser fabricados no Brasil, nem ter um estoque local, coisas que, para Ana Júlia, deveriam ser revistas. “Acho que ainda teremos óleos de cannabis no SUS, é como eu vejo o futuro, para manutenção de bem-estar”, acredita a empresária.

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Fonte: Mulher

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