RJ: violência privada de justiceiros não é a solução, diz especialista

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Reprodução/X

Print de conversa em grupo de “Justiceiros”

O aumento da violência no Rio de Janeiro (RJ) tem chamado a atenção ao longo desta semana, após a divulgação de vídeos em que vários moradores do bairro de Copacabana aparecem sendo assaltados com violência, por um grupo de jovens menores de idade.

Além dos assaltos, desde terça-feira (5), imagens de ‘justiceiros’ também viralizaram nas redes.

Homens aparecem em grupo, uniformizados com roupas pretas, portando armas como soco-inglês, andando juntos pela região nobre do RJ , dizendo estar atrás dos infratores menores de idade que agrediram o empresário Marcelo Rubim Benchimol, no sábado (2), na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, quando ele tentou proteger a personal trainer Natália Silva.


Risco para segurança pública

“A gente não soluciona um problema de natureza pública com a vingança privada”, argumenta a socióloga e coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme.

Analisando o contexto, a especialista vê um risco de agravamento da violência em Copacabana com a ação desses ‘justiceiros’ . “Se por um lado há o problema dos assaltos, que é legítimo e a sociedade tem razão em sentir medo, por outro, uma reação desse tipo é bastante preocupante porque ela avança para a prática de um crime à medida que eles não tem autoridade para fazer isso.”

Na madrugada de quarta-feira (6), câmeras de segurança registraram a ação do grupo de ‘justiceiros’. Eles aparecem agredindo um jovem na Rua Djalma Ulrich, também em Copacabana.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, “fazer justiça com as próprias mãos” é crime previsto no artigo 345 e Cristina ressalta que a situação revela uma falência do Estado em promover políticas públicas eficientes.

Políticas públicas unificadas

“Segurança, assim como saúde e educação, é uma política pública. Não se resolve apenas com medidas de repressão e, especialmente no RJ, esse cenário está se agravando ao longo do tempo”, explica a socióloga, que também ressalta como desenvolver esse tipo de política pública direcionada à segurança é complexa e envolve articulação conjunta, não apenas repressão policial imediata.

Fonte: Nacional

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