Andrea Ladislau: Nome “incomum” pode afetar a saúde mental?

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Ser registrado com nome “incomum” pode afetar a saúde mental?
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Ser registrado com nome “incomum” pode afetar a saúde mental?

Não é raro, nos depararmos com pessoas de nomes diferentes, exóticos ou estranhos. Na última semana, um torcedor do Fluminense, por exemplo, sem a mãe saber, registrou a filha com o nome do clube. Assim como este caso, temos muitas situações parecidas, como: nomes indígenas; de personagens de telenovelas; nomes muito antigos de bisavós; nomes estrangeiros, nomes ligados a natureza ou à numerologia, tais como: Aeronauta Barata; Agrícola Beterraba; Natal Carnaval; Universo Cândido; Remédio Amargo, Aimberê; Araponga; Tonho; Lupita; Savana; Coral; Liberomare. Mas a grande questão é: o nome da pessoa pode afetar a sua saúde mental?

Em primeiro lugar, é preciso estar claro que a principal função do nome é nos identificar, permitir que sejamos diferenciados entre as outras pessoas. O nome é uma marca distintiva reveladora da personalidade uma vez que, é pelo nome que passamos a ser identificados na sociedade.

Ou seja, ele integra a personalidade do indivíduo, trazendo uma conotação clara de reconhecimento, conexão, dignidade e subjetividade. É a marca registrada da pessoa.

Conforme a Lei Federal 14.382 de Julho de 2022, todo e qualquer cidadão brasileiro, maior de 18 anos, possui permissão para trocar de nome sem a necessidade de processo judicial. No entanto, até que se complete essa idade, a pessoa vai ter que conviver com o nome ao qual foi registrada. Por este motivo, vemos muitas pessoas que preferem ser identificadas por apelidos, por não gostarem ou por falta de afinidade com seus nomes de registro. Elas se sentem mais confortáveis com apelidos, por exemplo, como se esses lhe imputassem uma “Nova Persona”.

Porém, quando esse nome instiga sentimentos contrários a essa apropriação individual, identificar-se estímulos negativos na saúde mental do ser humano. Já que, em muitos caos, os nomes são tão diferentes que podem causar vergonha, raiva, entre outros sentimentos.

Além disso, podem ser o ponto de partida para ataques de ódio ou práticas de Bullying, causando até mesmo, depressão, pânico, necessidade de isolamento intenso, TOC, fobia social, vazio existencial, compulsões diversas e inúmeros distúrbios ou transtornos emocionais.

Pela ótica psicológica e pelos efeitos desses registros na saúde mental, esse sentimento de reprovação pessoal pode ser um fator desencadeante de sofrimento emocional intenso, motivado pelo desejo de mudanças.

Tanto que, crescem entre os jovens, apelidos ou nomes criativos para ocultar a real identidade, uma vez que muitos preferem um “nome social” ao nome verdadeiro, pelos motivos aqui já descritos.

Enfim, ser registrado com um nome que desagrada, pode desencadear um desequilíbrio emocional intenso, culminando no estimulo a sentimentos de insatisfação, angústia, raiva, entre outros.

Por este motivo, lembramos da grande responsabilidade dos pais, no momento de registro das crianças. Elas não podem escolher o nome ao qual serão identificadas, por isso, o cuidado em não colocar nomes que possam dificultar a vida ao longo dos anos. Ao não se sentir pertencente ao meio em que está inserida, a tendência é não aceitar a marca registrada de sua “persona”.

A saída é utilizar os recursos da lei para alterar o nome, no tempo permitido, ou aguardar até que se atinja a idade determinada pela sanção. Porém, independente da mudança de nome, é imprescindível trabalhar essa insatisfação na terapia, para que o nome não se torne maior que indivíduo e que isso não retire a paz e o sorriso de viver.

Fonte: Mulher

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