O mercado empreendedor vive sucessivas mudanças, e 2024 promete ser um ano de avanços. Impulsionado pelas transformações digitais e alterações socioambientais, será inevitável a necessidade de adaptação das estratégias de negócios de empreendedores para estarem inseridos no mercado.
De acordo com relatório do Sebrae, o cenário otimista para os negócios em 2023 indica que 2024 pode ser um ano promissor para empreender. Porém, para isso, estar atento às tendências de mercado é fundamental para a construção e desenvolvimento dos negócios. Diante desse cenário, 11 empreendedoras apontam as principais tendências para 2024:
Alcione Pereira, CEO e fundadora da Connecting Food, primeira foodtech brasileira de impacto social focada na gestão inteligente da doação de alimentos excedentes
“As práticas de impacto social estão sendo cada vez mais pautadas em diferentes setores da sociedade, principalmente por consumidores que vêm cobrando e questionando o posicionamento de empresas em temas que envolvem questões sociais e ambientais. E, com isso, o empreendedorismo de impacto social adentra o cenário como um pilar essencial. Mas, para isso, é preciso adaptar processos e tecnologias de uma organização para comportar novas soluções, bem como mudança de cultura e visão de longo prazo das lideranças, práticas estas que são fundamentais para mudanças sistêmicas e permanentes de um negócio de impacto social.”
Fabiana Ramos, CEO da PinePR, agência de PR especializada no atendimento a scale-ups, empresas inovadoras e grandes players de tecnologia, com atuação dentro e fora do Brasil
“O pós pandemia ressignificou o mercado de trabalho e, por isso, vejo como uma tendência o fim da cultura workaholic. Os valores e conceitos dos profissionais e novos talentos tem uma outra visão sobre o trabalho, entendem que um cargo é apenas uma parte da sua vida e não o centro dela, esse movimento tem refletido em suas escolhas profissionais e no posicionamento organizacional de empresas em todo país. Estudos já demonstram isso, segundo a Gartner, 65% dos candidatos já interromperam um processo de contratação por causa do Employee Value Proposition pouco atraente. Como CEO da PinePR sempre gosto de reforçar nosso posicionamento a favor do bem-estar dos colaboradores e reafirmar um dos nossos maiores valores, o “balance is good”, compromisso este que se traduz na preocupação e cuidados com uma rotina de vida equilibrada em todos as áreas, construindo um ambiente feliz e colaborativo”, afirma a CEO da PinePR.
Pam Stracke, CEO e cofundadora da KIWI, consultoria e treinamento humanizado que produz soluções em educação corporativa e auxilia outras empresas a avançarem em pautas sustentáveis
“Com uma variedade de linguagens, formatos e abordagens que facilitam o aprendizado, treinamentos humanizados, para transformar negócios, estão ganhando cada vez mais espaço no mercado. Estima-se que 65% das empresas ainda vão criar uma área ESG nos próximos anos, mas muitas não sabem quanto investir ou como começar. Buscar uma consultoria personalizada para identificar um melhor caminho de mentoria e treinamento é uma solução efetiva para as empresas que estão nessa jornada. Já podemos observar grandes companhias escolhendo por ações que causam intencionalidades em suas rotinas, priorizando pensamentos estratégicos que olhem para todos na empresa, o que valoriza a individualidade e o que cada um pode somar para a construção de um objetivo em comum.”
Nara Iachan, CMO e cofundadora da Cuponeria Loyalty, startup investida pelo Google, Bradesco e ACE e que ajuda empresas a fidelizar clientes
“Acredito que Inteligência Artificial vai ser uma tendência para os empreendedores fidelizarem seus clientes em 2024. A tecnologia permite que as empresas se conectem de maneira mais profunda e significativa com eles. À proporção que a tecnologia continua a evoluir, as empresas que adotam a IA têm a oportunidade de se destacar na criação de relacionamentos duradouros com seus clientes. É uma estratégia que temos utilizado por aqui e que tem obtido resultados eficazes com nossos clientes”
Patricia Travassos, especialista em inovação, autora do livro “Minha mãe é um negócio” e fundadora da Prosa Press, produtora audiovisual especializada na produção de documentários, filmes e projetos de comunicação corporativa
“Vejo que as transformações culturais são tendências que seguirão acontecendo, pois elas fazem parte da nossa evolução. Olhando para o empreendedorismo feminino, percebo que quando uma mulher está no comando, dificilmente o lucro é a única meta a ser alcançada. Em geral, há um propósito envolvido e aí, mais do que empreendedoras, as mulheres se tornam ativistas de causas sociais e protagonistas de verdadeiras transformações culturais. No fim das contas, estar atenta a essas mudanças, transformações e novas tecnologias, é fundamental para nos mantermos atualizadas em um mundo onde tudo acontece muito rápido”.
Carolina Kia, cofundadora da weme, consultoria especializada em design e tecnologia
“As mulheres empreendedoras são protagonistas nas transformações do mercado, destacando-se por sua adaptabilidade e abertura ao novo, características cruciais em 2024. Na weme, aprendemos durante a pandemia que a agilidade e a inovação são fundamentais, com a tecnologia desempenhando um papel central nos negócios. A busca por soluções adaptáveis no ambiente digital é vital. Além disso, a ênfase crescente em práticas sustentáveis e socialmente impactantes destaca o papel das figuras femininas na liderança de iniciativas de impacto social”.
Denise Asnis, cofundadora da Taqe, plataforma de empregabilidade que reúne candidatos, empregadores e parceiros educacionais
“É importante dizer que é um ano para continuar o foco das empresas em investir em práticas de responsabilidade social, diversidade e inclusão (D&I). Neste ponto avançamos no conhecimento de práticas ESG, mas ainda há muito a ser evoluído nos processos de seleção e admissão. As práticas de trabalho ainda não estão consolidadas – se é que um dia estará, mas ainda é certo que os modelos de trabalho híbridos ou não ainda continuam como desafio para as empresas. Principalmente para as que têm maior capacidade de atuar remotamente como tecnologia e finanças e consultoria. Isto provoca um investimento forte das empresas em trabalhar com a marca empregadora. A utilização de ferramentas com Inteligência Artificial, chatbots e plataformas gamificadas continuam a ser o desafio para as áreas de gestão de pessoas. Tanto em implementar e fazer a adaptação das equipes internas para o novo modelo de operar, como para encontrar limites de ética e utilização, principalmente para IA”
Daniane Bergamini, COO da Progic, empresa líder em TV Corporativa no Brasil
“Acredito que uma tendência muito forte é o investimento em treinamento dos funcionários dentro de uma organização, principalmente no relacionamento entre as pessoas. Está caindo a ficha de que para sermos sustentáveis corporativamente, temos que ter uma atitude colaborativa. E colaboração é um dos pilares da raça humana, chegamos até aqui porque nossa natureza é colaborativa. Temos vários exemplos de mudanças de cultura organizacional, saindo de um ambiente totalmente competitivo para um ambiente com mais colaboração entre as pessoas e criando uma atmosfera corporativa de maior criatividade às mudanças de consumo e comportamento dos clientes”
Alline Goulart, sócia da Semente Negócios, empresa que desenha soluções de inovação que valorizam a vida
“Em um cenário marcado por constantes mudanças e desafios globais, a tendência de empreendedorismo e inovação para 2024 está em adotar uma inovação que valoriza a vida, em que as organizações buscam criar soluções sustentáveis que regenerem recursos, promovam a justiça social e sejam resilientes. Precisamos nos concentrar em resolver problemas reais, considerando não apenas o sucesso financeiro, mas também o impacto no meio ambiente, nas comunidades e na sociedade como um todo”
Cristiane Giordano, CEO da Funcional Health Tech, empresa que desenvolve soluções exclusivas para indústria e varejo farmacêutico, além de benefícios corporativos, aponta perspectivas no mercado da saúde para 2024
“Entre as tendências para 2024 na saúde estão: excelência operacional, transformação digital e customer experience. Além disso, segue em alta a forte evolução do varejo, que está se tornando um centro de saúde e se adaptando para oferecer pequenos serviços focados na experiência do consumidor em farmácias e drogarias. Tudo está ligado com a forma com que empreendemos nesse mercado”, explica a CEO.
Ainda de acordo com a executiva, acompanhar a ascensão feminina na saúde está na pauta para 2024, não só pela representatividade e equidade de gênero dentro das empresas, mas também como consumidoras e clientes. “Mais da metade das famílias são sustentadas pelas mulheres. Entender melhor as dores e peculiaridades de cada uma e buscar quais são as soluções para esse público é um compromisso nosso e de toda a sociedade” complementa.
Em 2024 a empresa segue oferecendo seus produtos alinhados com as tendências e está preocupada com uma experiência cada vez mais digital, fácil e conveniente, sem perder a essência humana quando necessário, levando inovação aliada a dados, que ajudam o ecossistema de saúde com soluções escaláveis.
Andrea Miranda, CEO e cofundadora da STANDOUT: Conteúdo enriquecido para ampliar awareness e vendas dos negócios
Para Andrea Miranda, CEO e cofundadora da STANDOUT, martech referência em inteligência em trade marketing digital, uma tendência crescente para 2024 e que os empreendedores – do varejo – precisam ficar de olho é o uso de conteúdo enriquecido, que proporciona uma melhor experiência de compra.
“As possibilidades de uso percorrem toda a jornada de consumo, garantindo uma experiência única de contato com o produto: seja na gôndola física, com um QR Code, seja nas landing pages de marca nas quais o shopper conhece e escolhe o melhor produto no comércio digital, seja na própria página de produto com toda a gama de interação proporcionada pelas vitrines e mini-vitrines para conhecer cada detalhe e benefício do produto. Ações como essas com toda certeza estarão em alta durante todo o ano e devem estar nas estratégias das empresas”, conta a executiva.
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Fonte: Mulher