A Argentina e a França concordaram que não é possível aprovar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há 25 anos entre os dois blocos.
Em visita a Buenos Aires, o ministro francês das Relações Exteriores, Stéphane Séjourné, reiterou que Paris considera que o texto atual “não satisfaz aos pedidos e às expectativas nos dois lados do Atlântico em matéria climática, ambiental e sanitária”.
“Continuaremos a trabalhar, porque podemos ter outro tipo de acordo sobre aspectos econômicos, culturais e outros”, ponderou Séjourné, durante uma coletiva de imprensa conjunta com sua homóloga argentina, Diana Mondino, que lamentou o fato de o “enorme potencial do pacto não ter sido “liberado”.
“Não sei se, neste momento, será possível recriar uma situação na qual se busca algo que deixe todos contentes, talvez teremos de dividir em várias partes aquilo que poderia ter sido um ambicioso acordo global”, salientou Mondino.
A própria UE reconheceu no fim de janeiro que não há as condições para aprovar o acordo com o Mercosul, mas ressaltando que as negociações continuam.
A rejeição ao tratado de livre comércio é um dos principais temas na pauta dos protestos de agricultores que tomaram a Europa nas últimas semanas, especialmente na França, um dos principais produtores agrícolas da UE e que teme ser inundada por matérias-primas alimentares de países sul-americanos com preços mais competitivos.
Outro entrave é o documento adicional proposto por Bruxelas e que estabelece normas ambientais mais rígidas, exigência considerada inaceitável pelo Mercosul.
Fonte: Internacional