Mais quatro pessoas foram mortas em possível confronto com policiais militares na noite dessa terça-feira (27), na Baixada Santista. Com as novas ocorrências, o total de mortos na Operação Verão chega a 38.
Os agentes faziam operação contra o tráfico de drogas no Jardim Rio Branco, em São Vicente, quando foram surpreendidos por pessoas armadas em área de mata, segundo informações da PM.
Cinco suspeitos teriam sido atingidos; quatro morreram e um foi socorrido e levado ao Hospital do Vicentino, onde está internado. “Dois homens, de 18 e 31 anos, e dois adolescentes, de 17, não resistiram”, diz em nota a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Foram apreendidos com o grupo dois revólveres calibre 38 e uma pistola .40, além de drogas, dinheiros e celulares, ainda de acordo com a polícia. O caso foi registrado como tráfico de drogas, posse ou porte ilegal de arma de fogo, resistência e morte decorrente de intervenção policial na Delegacia Sede de São Vicente.
Operação Verão
Iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, no dia 2 de fevereiro, a Operação Verão já havia deixado mais um homem morto nessa segunda-feira (26), também em suposto confronto com PMs no morro José Menino, em Santos.
De acordo com a PM, os agentes teriam revidado após três suspeitos atirarem contra os policiais. O ferido foi levado à Santa Casa da cidade, local onde morreu. Os demais fugiram.
Pela quantidade de óbitos, a Operação Verão 2024 é a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás somente do Massacre do Carandiru, que em 2 de outubro de 1992 vitimou 111 detentos da Casa de Detenção de São Paulo.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, cobrou do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que a Operação cumpra medidas e decisões judiciais que não estariam sendo respeitadas.
”Solicito, por parte do Governo do estado de São Paulo, o cumprimento das normas, princípios e decisões nacionais e internacionais que regulam o uso da força por parte de autoridades estatais, a investigação de execuções sumárias e o uso de câmeras corporais por parte de agentes de segurança”, afirmou o ministro.
O ofício do ministro foi baseado no relato da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que registrou um “aumento constante e desproporcional de denúncias” de possíveis violações dos PMs na região.
“A comunidade relata a imposição de um toque de recolher pela força policial, acarretando prejuízos financeiros significativos. Além disso, a insegurança gerada tem resultado na ausência de crianças nas escolas, em virtude do receio, e na falta de acesso dos cidadãos aos serviços básicos de saúde”, lê-se em um trecho do documento da Ouvidoria.
O número de mortes na Operação Verão já é superior ao da Operação Escudo, realizada na mesma região entre julho e setembro de 2023, após a morte do soldado da Rota Patrick Reis. Essa operação vitimou 28 pessoas.
Fonte: Nacional