Argentina rebate Maduro após restrição aérea: ‘Amigos do terrorismo’

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

A tensão entre os governos da Argentina e Venezuela se intensificou após Nicolás Maduro determinar o fechamento do o espaço aéreo para voos argentinos na noite desta terça (12).

O motivo da rixa? Um Boeing 747 da Emtrasur, subsidiária de carga da empresa aérea estatal venezuelana Conviasa, que foi retido pelas autoridades argentinas em 2022 a pedido dos Estados Unidos. Maduro acusa a Argentina de ter ‘roubado’ a aeronave.

Nesta quarta (13), o porta-voz da Argentina, Manuel Adorni, afirmou em entrevista que o país “iniciou uma ação diplomática contra a Venezuela”, levando em conta os prejuízos da restrição para o setor aéreo argentino.

“Confirmo que a Argentina iniciou uma ação diplomática contra a Venezuela, liderada por Maduro, após sua decisão de proibir o uso do espaço aéreo por aeronaves argentinas, com os danos que isso acarreta para nosso país”, disse.

“Isso faz parte de uma retaliação da Venezuela porque a Argentina aceitou a ordem de confiscar o avião da Emtrasur ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A Argentina não vai permitir ser chantageada por amigos do terrorismo”, afirmou Adorni.

Em uma carta enviada pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina, o governo advertiu que tomará as medidas necessárias na Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) por violação à Convenção de Chicago, de 1944, que estabeleceu as bases do Direito Aeronáutico Internacional que vigoram até hoje.

A decisão de Maduro de fechar o espaço aéreo para a Argentina afeta as operações da estatal Aerolíneas Argentinas, uma das suas principais companhias aéreas. Isso porque, de acordo com o jornal argentino La Nacion, grande parte das rotas da empresa precisam cruzar o espaço aéreo venezuelano — por exemplo, em viagens para o Aeroporto Internacional John F. Kennedy (JFK), Miami e Punta Cana.

O que aconteceu?

A rixa entre o governo argentino e venezuelano começou em 2022 e, desde então, se tornou ainda maior com a chegada de Milei à Presidência Argentina.

Em junho de 2022, um Boeing 747 venezuelano aterrissou em Córdoba, na Argentina, carregando peças automotivas do México. Ele ficou retido em solo argentino após as autoridades do aeroporto atenderem a um pedido de confisco dos EUA.

O governo norte-americano denunciou que aeronave era de uma linha aérea iraniana sancionada pelos Estados Unidos, a Mahan Air. Segundo os EUA, a empresa teria ligação com as Forças Quds, o braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

Os 14 venezuelanos e cinco iranianos que estavam no avião também foram detidos temporariamente. Mesmo após a liberação da tripulação, o boeing continuou em solo argentino, aguardando deliberação da Justiça sobre o caso.

Foi só dois anos depois, em fevereiro de 2024, que uma decisão judicial concluiu que o voo até Córdoba violou uma normativa norte-americana de controle de exportações. Por isso, o Boeing foi entregue às autoridades dos Estados Unidos pelo governo de Javier Milei, o que estremeceu ainda mais a relação com Maduro, que acusa a Argentina de ‘roubar’ a aeronave.

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Fonte: Internacional

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