Sete em cada dez mulheres já sofreram pressão estética no trabalho

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Sete em cada dez mulheres já sofreram pressão estética no trabalho
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Sete em cada dez mulheres já sofreram pressão estética no trabalho

Cerca de sete em cada dez (69%) mulheres já sofreram pressão estética no ambiente de trabalho, revela uma pesquisa realizada pela marca The Body Shop em parceria com o Instituto Plano de Menina. Ainda segundo o levantamento, muito além do desconforto com a própria aparência, essa pressão faz com que as mulheres duvidem do próprio potencial no trabalho: 56% das entrevistadas afirmam que seu desempenho caiu após o ocorrido.

A maioria (50%) diz que se sentiu pressionada em relação à aparência por colegas de trabalho, 31% por elas mesmas, e 19% pelo chefe ou superior. “Me culpei por precisar me sujeitar a este tipo de ambiente por necessidades financeiras”, desabafou uma das mulheres ouvidas pela pesquisa. “Passei a duvidar da minha capacidade, como se eu não fosse competente para a minha função mesmo com muito estudo”, admitiu outra.

A pressão estética também faz com que elas percam oportunidades na carreira. “Eu passei por uma coisa horrorosa em uma rede de fast food. Eu entrei como auxiliar de cozinha, e teve uma reunião de gerentes, pois eles precisavam subir alguém de cargo para ir para o caixa. O time me indicou, pois eu já conhecia todos os processos do trabalho, porém o gerente falou que não podia ser eu pois eu não tinha aparência para ficar no caixa”, declarou uma entrevistada.

Diante de todo esse cenário, 45% das mulheres contam que já modificaram alguma coisa em si mesma para se adequar aos padrões de beleza impostos no ambiente profissional, conforme aponta a pesquisa. Os cabelos são o principal alvo dessas mudanças (40%), seguidos pela pele (35%), roupa (30%) e corpo (20%).

O que dizem os recrutadores

Do outro lado, as profissionais de recrutamento e seleção alegam que a aparência não é mais importante do que as competências de um (a) candidato (a), no entanto, reconhecem que ela pode, sim, interferir, ainda que de forma inconsciente. “Eu já me peguei me simpatizando mais por uma candidata que não cumpria as competências exigidas, e por ela ter um sorriso muito bonito e saber se expressar muito bem, encaminhei ela para a etapa final do processo seletivo”, confessou uma recrutadora ouvida pela pesquisa.

Outra disse que maquiagem e unhas feitas são fatores decisórios para contratação, já que ambos são obrigatórios para lidar com atendimento ao público na empresa em que trabalha.

O peso, porém, ainda é o principal alvo de preconceito e estigma durante um processo seletivo e, mais do que isso: acaba se tornando uma “desvantagem” para as candidatas porque, muitas vezes, a empresa não tem uniforme, calçado, EPI ou mobiliário que atenda a essa possível colaboradora: “Na rede de supermercado em que eu trabalho, eu não posso contratar uma mulher que use manequim acima de 50, pois não temos uniformes acima dessa numeração”.

Sobre a pesquisa

A pesquisa “Por trás da aparência: Um estudo sobre mulheres e os desafios dos padrões estéticos no mercado de trabalho” foi dividida em duas partes: uma quantitativa, que ouviu 1.448 mulheres maiores de 18 anos, e outra qualitativa, que conversou com 14 mulheres que disseram já terem sofrido pressão estética no ambiente de trabalho. A maior parte das entrevistadas são brancas (54%), pertencem à classe C (48%) e moram no Sudeste (42%).

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Fonte: Mulher

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