Formar-se em uma universidade é um marco muito importante na vida de qualquer estudante, mas pode acabar se tornando um momento de frustração e constrangimento para muitas pessoas negras. O motivo é que entre as vestimentas características desse grande evento está o capelo, o famoso chapéu, que nem sempre é de fácil uso para quem tem cabelo cacheado ou crespo.
Apesar do aumento do número de estudantes negros nas universidades do país — 400% a mais nos últimos 17 anos, segundo o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB) —, o capelo ainda não atende à diversidade de cabelos da população brasileira, fazendo com que muitos formandos acabem passando por situações desconfortáveis para se adaptar a essa realidade nada inclusiva, como alisar os fios de forma não voluntária, prender o chapéu com tiaras, colar ele cabeça ou até mesmo desistir de usá-lo.
Pensando nisso, a Vult, em parceria com a marca Dendezeiro, lançou a campanha #RespeitaMeuCapelo, que propõe redesenhar esse acessório para atender a diferentes tipos e curvaturas de cabelo. Foram produzidas quatro versões de capelos: o primeiro é para cabelos com dreads ou trançados, com um lenço na parte de trás para amarração; o segundo é para usar com coques, turbantes ou penteados altos e tem uma abertura circular no topo; o terceiro atende a fios volumosos, crespos ou cacheados, e contém pentes para fixar; e o quarto encaixa em qualquer cabelo ou penteado, com uma estrutura passadeira na abertura para fixação.
A iniciativa pretende produzir mil unidades dos novos capelos para as formaturas previstas para o segundo semestre deste ano nas instituições Zumbi dos Palmares e Universidade Federal do Sul da Bahia. Os designs dos acessórios também serão disponibilizados para todas as universidades que quiserem reproduzir os modelos, através da página do projeto.
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Fonte: Mulher
