As universidades dos Estados Unidos foram tomadas por uma onda de protestos pró-Palestina em que os alunos reivindicam, além do fim da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, o ‘desinvestimento’ das instituições em empresas apoiadoras de Israel.
O acampamento montado pelos estudantes na Universidade de Columbia, por exemplo, tem placas pedindo a ação, que dizem: “desinvestir todas as finanças, incluindo a doação, de corporações que lucram com o apartheid, o genocídio e a ocupação israelense na Palestina”.
O governo israelense nega as acusações de genocídio – mas não tem se mostrado flexível para um acordo de cessar-fogo em Gaza.
As especificidades dos ‘desinvestimentos’ pedidos pelos alunos variam entre as instituições. Entretanto, a maioria dos protestos estudantis reivindicam pontos comuns, que pedem às instituições:
- Que divulguem e facilitem o acesso aos seus investimentos
- Que rompam os laços acadêmicos com as universidades israelenses
- E que apoiem um cessar-fogo em Gaza.
Até agora, nenhuma das universidades aceitou qualquer uma das reivindicações dos alunos.
O que é desinvestir?
De modo simples, o conceito de desinvestir se baseia na venda de ações de uma empresa para evitar cumplicidade e ‘apoio indireto’ em atividades consideradas antiéticas.
Mas, na prática, o ‘desinvestimento’ também cobra outros fatores das instituições, que devem realocar seus fundos para outras ações. Além disso, é esperado que elas façam uma declaração que explique a medida para o público e pressione uma empresa ou as autoridades a mudarem políticas tidas como ‘equivocadas’.
A própria Universidade de Columbia – a pioneira nos protestos pró-Palestina – já desinvestiu em uma série de questões no passado, como o apartheid da África do Sul, a extração de combustíveis fósseis e as prisões privadas.
Apesar da medida parecer satisfatória, uma análise de economistas do sistema da Universidade da Califórnia sobre o impacto dos movimentos generalizados de desinvestimento durante o apartheid na África do Sul atestaram que quase não houve efeito no preço das ações.
Os pesquisadores atribuíram a ‘indiferença’ ao fato de que “o boicote realocou principalmente ações e operações de [investidores] ‘socialmente responsáveis’ para investidores e países com menos importância no cenário mundial.
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Fonte: Internacional