Em meio às guerras na Europa e no Oriente Médio , além da tensão na América do Sul , o mundo pode estar presenciando o surgimento de uma nova arma. Os drones, utilizados para surpreender inimigos pelo ar há alguns anos, também podem ser ferramentas para eventuais embates pelos oceanos. Recentemente, Austrália e Estados Unidos revelaram que possuem protótipos que operam embaixo d’água.
Os drones subaquáticos, na verdade, já estão até identificados. Ghost Shark e Manta Ray são os nomes de protótipos de veículos subaquáticos não tripulados introduzidos recentemente pela Austrália e pelos Estados Unidos, respectivamente.
De acordo com o governo australiano, a ideia é que seu novo aparelho comece a operar até o final de 2025. “O Ghost Shark fornecerá à Marinha uma capacidade de guerra submarina autônoma furtiva e de longo alcance que pode conduzir inteligência, vigilância, reconhecimento (ISR) e ataque persistentes”, disse um comunicado do Ministério da Defesa da Austrália.
Autoridades australianas e do fabricante Anduril Australia disseram que não poderiam compartilhar nenhuma das especificações do Ghost Shark, pois elas permanecem confidenciais.
Ainda assim, eles elogiaram a velocidade com que o submersível passou da ideia aos testes, tendo o programa começado há apenas dois anos. “Estar adiantado no prazo e dentro do orçamento é algo inédito”, disse Shane Arnott, vice-presidente sênior de engenharia da Anduril, aos repórteres.
“Entregar o primeiro protótipo do Ghost Shark antes do prazo estabelece um novo padrão para o desenvolvimento de capacidades na velocidade necessária”, disse a principal cientista de defesa da Austrália, Tanya Monro, em um comunicado.
Já o Manta Ray, dos EUA, foi testado na California entre fevereiro e março deste ano. A Agência de Produtos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), filial do Pentágono responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias, afirma que a força do Manta Ray está em sua modularidade, a capacidade de trocar cargas úteis dependendo da missão.
“A combinação de transporte modular entre países, montagem em campo e implantação subsequente demonstra uma capacidade inédita para um drone extragrande”, disse Kyle Woerner, que dirige o programa Manta Ray na DARPA, em comunicado à imprensa.
Dificuldades
Os drones aéreos e de superfície podem ser controlados por meio de satélites e ondas de luz e rádio. Os que funcionam embaixo d’água, porém, não funcionam da mesma forma nas profundezas.
Um estudo de 2023 publicado na revista suíça “Sensors” aponta que as comunicações subaquáticas requerem mais energia, mas ainda ocorrem perdas significativas de dados devido a variáveis como temperatura da água, salinidade e profundidade.
Os fabricantes da nova geração dos drones militares não dizem como superariam os problemas de comunicação. A Austrália, porém, chamou seus protótipos de “os veículos autônomos submarinos mais avançados do mundo”.
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Fonte: Internacional