No último domingo (12), Dia das Mães, Rafa Kalimann usou as redes sociais para contar que sofreu um aborto espontâneo recentemente. “Hoje é Dia das Mães, eu sou mãe, apesar de Deus não ter permitido que eu pegasse meu filho no colo, e eu tenho vivido nesses últimos dias um vácuo muito grande, um luto muito grande”, desabafou a atriz, que vive Jéssica na novela “Família É Tudo”.
“Muitas mulheres passam por isso. Eu só não compreendo quando dizem que é normal, porque essa dor não é normal. Ela é muito profunda, difícil de ser digerida e não sei se vai ser curada”, disse Rafa. “Eu quis vir aqui porque eu também quero desejar feliz Dia das Mães a nós que geramos, mas não tivemos a oportunidade de realizar isso”, acrescentou ela.
O psicólogo Alexander Bez avalia as consequências emocionais de uma perda gestacional, como a de Rafa Kalimann. “A mulher pode passar por estresse contínuo, noites mal dormidas, alimentação deficiente e cansaço extremo, além de possíveis chances de sintomas de depressão, ansiedade e Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Por isso, tratar o emocional é imprescindível, até para se preparar para uma próxima gestação”.
Mas, afinal, o que é um aborto espontâneo? Quais são as causas? É possível engravidar normalmente depois dele? Ententa a seguir!
O aborto espontâneo
O aborto espontâneo é a interrupção involuntária da gestação, normalmente, até a 22ª semana. “Os abortamentos espontâneos são aqueles que geralmente estão relacionados a um problema genético do embrião. Então, o embrião que se formou não é um embrião saudável, e a própria natureza interrompe o processo. Normalmente, esses quadros acontecem no primeiro trimestre da gestação, até 12 semanas”, explica o ginecologista e obstetra Carlos Moraes.
O processo é mais comum do que se imagina. Estima-se que uma em cada seis mulheres grávidas sofrem abortamento espontâneo. Além da saúde do embrião, que é a causa mais conhecida, fatores como a idade da mulher (mulheres acima dos 40 anos apresentam maior risco) e condições como malformação uterina e trombofilia também podem levar à perda gestacional.
Como saber se tive um aborto espontâneo?
Geralmente, o processo é identificado durante o acompanhamento pré-natal, pelo ultrassom, quando o médico observa que o embrião parou de se desenvolver. “Outra situação bastante comum é quando a paciente tem um sangramento, é um sinal que eu chamo de alerta, não é normal a gestante sangrar. Quando sangra, alguma coisa diferente está acontecendo”, comenta Carlos Moraes.
Na imensa maioria das vezes, segundo o obstetra, não é necessário realizar nenhum procedimento após o abortamento espontâneo. Em alguns casos, o médico pode fazer a chamada “aspiração manual intrauterina” (AMIU), que consiste em aspirar o conteúdo uterino, ou, mais antigamente, o mais comum era se fazer a curetagem, isto é, a raspagem da parede do útero.
Quando uma mulher tem dois ou três abortamentos seguidos, damos o nome de “abortamento de repetição”. Nesses casos, o médico deve investigar se há alguma condição fisiológica ou clínica impedindo a gravidez de evoluir. Moraes salienta que o abortamento espontâneo não interfere em futuras gestações.
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Fonte: Mulher