Recentemente, a Universidade de Harvard divulgou um estudo que informa o horário certo de ir para a cama quando objetivamos um sono restaurador. A pesquisa sugeriu que pessoas que mantém o hábito de adormecer entre 22 e 23 horas se beneficiam com um repouso que revigora o organismo . Além disso, a pesquisa que entrevistou cerca de 88 mil indivíduos entre 45 e 79 anos concluiu que quem respeita esse horário e cria uma disciplina pode ter menos probabilidade de doenças cardíacas.
“Nós sempre precisamos olhar um pouco os nossos ancestrais, para entender como eles viveram grande parte da nossa história. Há muitos anos, as pessoas se guiavam pelo Sol, já que não existia a energia elétrica. Ao final da tarde, todos ficavam reclusos dentro de abrigos ou cavernas. A partir desse horário, mais ou menos umas 7 horas da noite, nosso corpo já entrava em um período de relaxamento, momento em que o corpo entende que deve se preparar para o descanso. Eventualmente nossos ancestrais ficavam em fogueiras, se aquecendo, mas já existia uma diminuição na nossa atividade, nas nossas demandas e isso permanece até hoje”, salienta o médico integrativo Enrique Lora.
Mas você sabe como nosso corpo entende que chegou o momento de se recolher? Normalmente existe uma diminuição de estímulos de luz e temos uma comunicação da nossa retina para a glândula pineal que diz para o organismo que está ficando escuro, que a noite está chegando e é preciso produzir melatonina.
“Essa substância começa a subir as suas quantidades por volta das 7, 8 horas da noite, chegando no seu pico de forma natural e ideal das 10 às 11 horas. É claro que com o passar dos anos não conseguimos mais manter essa produção como era antes e, consequentemente, recomendo a reposição de melatonina, visando o equilíbrio do organismo como um todo. Qualquer um pode comprovar e sentir na pele os ganhos de uma noite bem dormida, de uma mente bem descansada e um corpo recuperado, sem contar que é no descanso que fazemos a reposição hormonal, para que tudo continue evoluindo no dia seguinte, após o descanso merecido”, lembra.
Na opinião do médico, o ideal é que cada pessoa durma pelo menos 8 horas por noite para ter um sono restaurador. Mas nem todos conseguem dormir nesse período, então, o que fazer? “Se você precisa acordar muito mais cedo é ideal que antecipe esse relógio biológico, que chamamos de ciclo circadiano, que é o que faz a gente funcionar de forma correta no dia seguinte. Um dos passos é fazer uso de uma higiene do sono, com medidas simples que façam com que seu corpo e mente entrem em estado de relaxamento”.
Nem sempre todas as pessoas conseguem fazer isso em seu cotidiano e, quando há muitos estímulos de luz até o final do dia, quando a gente mostra para o nosso corpo que ainda não anoiteceu, quando estamos trabalhando até mais tarde ou passamos por situação de estresse, o organismo entende que é preciso estar ativo e alerta. Até o hábito de comer muito tarde atrapalha todo nosso sistema porque o corpo entende que ainda está longe do descanso e isso gera um estresse ainda maior e certa confusão hormonal.
“É importante que quando você sinaliza seu corpo de forma incorreta ações relacionadas ao sono, você indica a glândula pineal para produzir melatonina, para que você chegue em estágios adequados do sono, em que você complete os seus ciclos de sono, que é o sono superficial, sono rento e sono profundo, de uma forma mais simplificada. Daí a importância de criar um ritual mesmo, para que você dê a importância que o sono merece e, consequentemente, atinja uma performance esperada no dia seguinte de maneira natural”, alerta o doutor.
Para finalizar, Enrique sugere que o ideal é que a pessoa tente organizar seu dia a dia para dormir sempre nos mesmos horários, crie uma rotina para descanso, um momento só seu para contemplar o silêncio, longe de telas e estímulos e com uma caneca de chá quentinho em uma das mãos. Além disso, rezar, meditar ou até prestar atenção aos sinais do seu corpo e à sua respiração podem fazer milagres, por sua saúde física e mental, de maneira avassaladora.
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Fonte: Mulher