Apenas 13% dos brasileiros sabem que seus dados pessoais podem ser coletados por aplicativos, revela uma pesquisa da empresa de cibersegurança Kaspersky. Esse é o índice mais baixo dentre os países da América Latina.
Na região, os brasileiros também são os que menos entendem a respeito do armazenamento de dados pessoais: no Brasil, 24% dos internautas acham que suas informações pessoais são excluídas quando um aplicativo é fechado, o que não acontece. Além disso, 40% não sabem como suas informações são coletadas online.
Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil, avalia que a pesquisa revela que os usuários não compreendem o valor que os dados pessoais têm. Atualmente, empresas de tecnologia faturando a partir das informações das pessoas que usam seus serviços, permitindo que marcas façam anúncios direcionados com base nessas informações.
Algumas leis mundo afora protegem a privacidade dos usuários, como é o caso da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil. Na avaliação de Roberto, porém, a LGPD ainda faz pouco para educar os cidadãos a respeito da coleta e uso de dados pessoais.
“A LGPD determina as responsabilidades das empresas em cima dos dados pessoais coletados. É muito bom evitar abusos quanto ao uso dessas informações, mas a lei não cobre de maneira correta a parte da educação do cidadão. Infelizmente, vimos apenas uma corrida para conseguir as autorizações dos consumidores, que o fizeram de maneira automática”, analisa o especialista.
Confira a seguir algumas orientações da Kaspersky para ter mais controle sobre seus dados pessoais ao usar aplicativos:
- Baixe apenas programas de fontes oficiais e pegue um breve intervalo para ler a descrição do programa, com informações sobre quem o desenvolveu e as avaliações de outras pessoas que já baixaram ele;
- No momento da instalação, leia as notificações com atenção, principalmente as permissões que o programa solicita. Exemplo, se uma calculadora gratuita pedir para acessar histórico de navegação e contatos, desconfie! Esses dados não são necessários para fazer cálculos, portanto a intensão real dos criadores do app é obter dados pessoais;
- Fique atento a páginas falsas que visam roubar informações pessoais e financeiras. Para isso, leia com atenção o endereço da página. Caso haja erros de ortografia ou o nome do site não tenha relação com o nome da empresa/serviço que você quer acessar, desconfie e faça uma rápida busca para confirmar se o endereço está correto. Em hipótese alguma ingresse seus dados antes da checagem.
Fonte: Tecnologia