Após a Agrishow cancelar a abertura do evento que aconteceria nesta segunda-feira (1º) e afirmar que, apesar de poder ir à exposição e circular pelo local, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria proibido de fazer qualquer tipo de discurso na feira, na prática a situação foi o contrário.
Após um tumulto por conta de sua chegada no evento , Bolsonaro se posicionou no palco ao lado do governandor de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que discursou, agradando apoiadores do ex-presidente que participam da feira.
“Eu queria começar cumprimentando, não poderia ser diferente, o nosso presidente Jair Bolsonaro”, disse o governador, que foi interrompido por gritos de “mito, mito”.
Após isso, Bolsonaro iniciou um discurso em que criticou o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aproveitou para direcionar as palavras a apoiadores fazendo do palco um palanque político.
Em um dos momentos, o ex-presidente critica as demarcações de terras no país e ignora a crise Yanomami chamando os indígenas de “irmãos”.
No decorrer do evento, Bolsonaro voltou a discursar e falar sobre as ‘conquistas’ realizadas durante os quatro anos do seu governo.
Polêmicas antes da cerimônia de abertura
A ida do ex-mandatário à feira segue envolvida em diversas polêmicas desde que ele confirmou sua presença.
No domingo (30), a Agrishow resolveu cancelar a cerimônia de abertura do evento após o Banco do Brasil suspender o patrocínio para cerimônia. O caso ocorreu após a organização falar para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre um provável mal-estar dele ir á feira, que teria a presença do ex-presidente. A ação soou como se eles estivessem desconvidando Fávaro.
A organização da Agrishow informou, por meio de nota, que, “ em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura da 2ª edição da Agrishow, as entidades realizadoras do evento optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h”
Os dois principais patrocionadores da Agrishow era o governo e o Banco do Brasil, no entanto, o Executivo federal resolveu por cancelar o apoio na sexta-feira (28).
O ministro da Agricultura pretendia utilizar o evento para realizar o lançamento oficial de uma linha de financiamento em dólar para o agronegócio, que será operada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), e para anunciar mais recursos para o Plano Safra de 2023.
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Fonte: Política Nacional