Amanda Alves Ferreira, uma brasileira condenada à prisão perpétua em 2023 pelo assassinato de Eduarda Santos de Almeida, ocorrido em 2022, escapou do presídio de Bariloche na noite de terça-feira (6).
A detenta conseguiu fugir de sua cela, subiu ao telhado da instituição e pulou a cerca que circunda o complexo prisional. Segundo o jornal O Globo, as autoridades locais ainda não conseguiram localizá-la.
Segundo o jornal patagônico Río Negro, Alves Ferreira teria deixado vários itens cobertos por uma manta sobre a cama, simulando que estava dormindo na cela número dois do presídio. Por volta das 21h30, um funcionário da unidade avistou uma pessoa vestida com roupas escuras e tênis claro movendo-se pelo telhado.
Apesar dos avisos do segurança, a brasileira prosseguiu com a fuga, alcançando a cerca de arame e, em poucos segundos, escalou a estrutura, conseguindo escapar. A penitenciária está situada em uma área residencial da província argentina de Río Negro.
Embora o grupo especial do serviço penitenciário tenha sido acionado para capturá-la, a operação não teve sucesso. As circunstâncias da fuga continuam sob investigação pelas autoridades.
No momento do crime, Alves Ferreira ainda se identificava como homem e utilizava o nome de Fernando. A vítima, mãe de dois filhos de Alves Ferreira, havia sido barriga de aluguel. A mudança de gênero ocorreu após o início do processo, e o juiz do caso aceitou um pedido da defesa para que fosse tratada como “Amanda” nos documentos emitidos pelo Serviço Penitenciário.
O que aconteceu?
Eduarda Santos de Almeida, de 27 anos, foi encontrada morta em fevereiro de 2022 em uma trilha na região turística de Circuito Chico, em Bariloche. O corpo da vítima apresentava hematomas e nove marcas de tiros. Presa após o crime, então conhecida como Fernando, Alves Ferreira confessou o homicídio.
Conforme a investigação, Eduarda de Almeida atuava como barriga de aluguel para Alves Ferreira, que a sustentava financeiramente.
Em depoimento à Justiça, a foragida relatou estar enfrentando dificuldades econômicas e psicológicas, destacando a morte recente de seu marido, Marcelo. “Gostaria de receber apoio psicológico e me declaro culpado pela morte de Eduarda Santos. Sou responsável. Não planejei, mas senti que minha vida estava em risco. Peço desculpas, mas minha sobrevivência foi a prioridade”, declarou na época.
Antes de ser condenada, em setembro de 2023, Alves Ferreira foi considerada culpada por um júri popular. A defesa contestou a constitucionalidade da prisão perpétua.
O Ministério Público argentino rebateu, argumentando que no país essa modalidade de pena não é vitalícia, pois permite o acesso à liberdade condicional, “não sendo, de fato, perpétua”. A defesa também sustentou que Ferreira sofria de “ideias paranoicas” no momento do crime.
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Fonte: Internacional