Estado tem um dos maiores índices de prevalência do mundo
Foto: Divulgação/GOVBA
A partir desta terça-feira (14), entra em funcionamento o Centro de Referência de Doença Falciforme da Bahia, em Salvador, que irá ampliar o atendimento aos pacientes. O centro de gestão pública foi inaugurado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério da Saúde e o governo da Bahia.
Serviço começa a funcionar nesta terça-feira Mateus Pereira/GOVBA
No local, serão ofertados diversos tipos de serviços médicos. Com isso, os pacientes não terão de ir a outras unidades ou até mesmo deslocar-se para municípios vizinhos. Pacientes com a doença falciforme, por exemplo, sofrem com crises de dor e infecções recorrentes.
“Queremos garantir exames e diagnósticos eficazes para prolongar e garantir a qualidade de vida da população”, disse o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães, conforme nota divulgada pelo ministério. O governo federal destinou cerca de R$ 3,4 milhões para a instalação do serviço.
O que é a doença falciforme
A doença falciforme é uma condição genética hereditária (passa dos pais para os filhos) mais comum no mundo. Caracteriza-se pela alteração do formato dos glóbulos vermelhos do sangue, que passam a ter formato de uma foice, e não arredondados. O formato alterado dificulta a chegada de oxigênio aos órgãos e tecidos, provocando dores crônicas, anemia e infecções.
Os sintomas surgem no primeiro ano de vida e estendem-se por toda a vida. Os mais comuns são dor nos ossos e articulações, principalmente nas mãos e pés; infecções (pneumonia, meningite); feridas nas pernas que demoram a cicatrizar; e sequestro do sangue no baço (o baço incha e passa a sequestrar sangue do organismo, podendo levar à morte).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,5 mil bebês nascem com a doença por ano. A doença falciforme é mais comum na população negra.
Um dos principais exames para o diagnóstico precoce é o teste do pezinho, realizado gratuitamente antes de o bebê receber alta da maternidade. Em outras faixas etárias, o diagnóstico pode ser feito com o exame de eletroforese de hemoglobina.
Quando a doença é identificada, o paciente deve ter acompanhamento médico por toda a vida. O tratamento envolve atendimento de diversos profissionais, como nutricionista, psicólogo e dentista. O paciente e a família devem ser orientados ainda sobre como descobrir sinais de gravidade e medidas de prevenção.
Como vai funcionar o centro
A Bahia é um dos estados com maior incidência da doença, uma vez que é mais comum na população negra, que corresponde a 76,3% da população baiana. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2022, cerca de 6,6 mil crianças nasceram com a condição no estado, um dos maiores índices do mundo.
O centro irá funcionar de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. O governo da Bahia informou que, na primeira semana, será feita triagem de pessoas, entre um e 45 anos, que tenham antecedente de anemia com causa desconhecida. A previsão é aplicar 100 testes por dia para diagnóstico da doença.
Para fazer o teste, é preciso apresentar RG, CPF e cartão do SUS. É necessário passar pela triagem hematológica para avaliação específica. Após esse passo, o paciente pode solicitar atendimento pelo e-mail ambulatorio.triagem@hemoba.ba.gov.br. Para os pacientes já acompanhados pelo serviço, as consultas devem ser agendadas pelos telefones (71) 3116-5675 ou 3116-5676, das 8h às 19h, de segunda a sexta-feira, ou por email, no endereço consulta.ambulatorio@hemoba.ba.gov.br.
O centro irá ofertar atendimento em hematologia, ortopedia, hepatologia, neurologia, oftalmologia, além de nutricionista, psicólogo, odontologia, fisioterapeuta, assistente social e assistência farmacêutica.
Fonte: Agecom/BA