Clube de Leitura CCBB 2024 reúne Eliane Potiguara e Eliane Brum

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No mês dedicado aos indígenas, escritoras ajudam a compreender as razões de suas lutas contra a ameaça constante de desenraizamento pelo direito à terra
Reprodução/PortalGov.br

No mês dedicado aos indígenas, escritoras ajudam a compreender as razões de suas lutas contra a ameaça constante de desenraizamento pelo direito à terra


O Clube de Leitura CCBB 2024 recebe as escritoras Eliane Potiguara e Eliane Brum no dia 10 de abril. A primeira, precursora na luta pelos direitos das mulheres indígenas, a segunda, jornalista, escritora e documentarista que há mais de 20 anos se dedica a estudar e documentar a situação da Amazônia e seus habitantes.

O encontro com Eliane Potiguara e Eliane Brum às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, no 5º andar do CCBB RJ, com entrada gratuita. O Clube de Leitura CCBB 2024 conta com o patrocínio do Banco do Brasil.

Para Eliane Potiguara, que teve o livro O vento espalha minha voz originária escolhido pelo público para o encontro, um Clube de Leitura é um espaço cultural de grande importância, por ser onde se encontram amantes compulsivos das letras e da literatura. “É um momento de troca de energias, inspiração e renovação da própria criatividade. O leitor promove tudo isso”, alegra-se Potiguara, para quem o Clube de Leitura CCBB será um momento mágico e cosmológico. E o livro em questão é um grito de esperança contra a discriminação social e racial aos povos indígenas. “Que essa voz chegue nos mais longínquos rincões desse país e do mundo”, deseja a escritora.

Segundo Suzana Vargas, curadora e mediadora do Clube de Leitura CCBB 2024, Eliane Potiguara é uma indígena desaldeada e vem de uma época em que sua condição era praticamente uma maldição. Seu trabalho junto a outros companheiros de geração, em defesa de seus direitos de cidadãos, permitiu o surgimento de uma literatura indígena. Já Eliane Brum, diz, “percorreu as diferentes amazônias existentes no país, mergulhando literalmente na cultura dos diferentes povos que ali habitam, a ponto de em 2017 mudar-se de São Paulo para Altamira, cidade das mais violentas do Brasil. Desse lugar, assiste e resiste, com um ativismo quase heroico, a devastação da floresta e a dizimação desses povos”, reforça Suzana sobre a escolha das autoras para a segunda edição do Clube.

O Banzeiro Okotó foi o livro mais votado de Brum para o encontro. “Fiquei muito contente por terem escolhido Uma Viagem à Amazônia Centro do Mundo para essa conversa. Tenho amor por todos os meus livros, mas este é também um manifesto em tempos de emergência”, afirma, reforçando que esta obra é um deslocamento do que é centro e do que é periferia como enfrentamento do colapso climático, colocando no centro a natureza e os valores dos povos que permaneceram como natureza e são capazes de viver com todos os outros seres sem destruir a casa-planeta”, afirma.

“É um livro transgênero, no sentido da escrita. Ter a possibilidade de conversar sobre esse tema com pessoas que realmente leram o livro é uma oportunidade incrível. E sou muito grata por ela”, diz Eliane, para quem é uma alegria e uma honra participar do Clube de Leitura CCBB 2024 na companhia de Eliane Potiguara.

Em abril, o Clube conta, ainda, com a participação especial do artista e gestor de empreendendorismo indígena Anapuaka Tupinambá, que vai contribuir para o enriquecimento do debate a partir de questões concernentes à contemporaneidade indígena e seus meios de produção.

Os vídeos dos encontros ficam disponíveis, na íntegra, no YouTube do BB. O projeto vai até dezembro de 2024 e o primeiro da série, realizado em março de 2024, com participação de Viviane Mosé, Eliana Alves Cruz e Marilene Felinto já está disponível.




Fonte: Mulher

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