Em viagem pela Espanha, a produtora de cinema Nataly Mega arranjou um tempo para desabafar no Instagram. Ela e Fábio Porchat anunciaram o fim do relacionamento no dia 13 de janeiro deste ano, depois de oito anos juntos, cinco deles casados. Em meio a relatos sobre viajar sozinha, ela também falou do começo de ano difícil: “É entrar numa igreja linda e chorar sozinha pensando no início de ano mais merda que eu já tive na vida e que eu estou aqui”, lamentou.
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Terminar um relacionamento é um luto, garante Gabriela Luxo, psicóloga, mestre e doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Fundadora da Clínica Diálogo Positivo.
“Claro que são lutos diferentes quando perco uma pessoa ou parente querido e quando finalizo um relacionamento que não teve uma perda, uma morte e até mesmo quando perco um emprego é um luto diferente. São formas que precisamos elaborar para encarar aquela situação dolorosa, triste, que deixa marcas, nem sempre todos os relacionamentos terminam bem, uns com certa amizade e outros não, então é muito importante que a pessoa consiga elaborar isso no tempo dela e esse tempo difere de pessoa para pessoa até porque vai depender das vivências que aquelas pessoas tiveram, o tempo do relacionamento, a intensidade”, explica a terapeuta.
Ex de Fábio Porchat desabafa após recomeço: ‘Chorar sozinha’
Então há relacionamento que as pessoas são mais próximas e vivem mais fechadas naquela relação e tem outros que a pessoa agrega outras pessoas de fora como familiares e amigos. “Tudo isso vai depender do estilo do relacionamento: quando tem muitas pessoas em volta, talvez ela até tenha outros para se desabafar, para conversar, para pedir uma opinião, para ter até mesmo alguém mediando o fim da relação. Quando não temos essa figura, a pessoa fica com uma sensação maior de estar sozinha, não significa que isso será mais fácil ou mais difícil, apenas são perfis diferentes de relacionamento cada um com sua história. É muito importante também entendermos a base dessa pessoa, como ela idealizou o amor, como ela se doou, como ela teve esse contato na infância e adolescência ao observar pessoas mais próximas como os pais, entre outros fatores.”
A psicóloga diz que é muito importante sim num final de relacionamento você ter um período sozinho e ter também um tempo com outras pessoas em volta até para conseguir ampliar seus olhares, permitir uma ajuda externa. “Mas esse primeiro contato sozinho depois de um relacionamento, principalmente se este foi longo onde a pessoa estava muito acostumada em estar só com a outra a compartilhar tudo, claro que numa relação tem divisões boas e ruins, de dia a dia que a ex do Porchat até mesmo relata como “ninguém vai reclamar que gosto de comer balas todos os dias” mas ao mesmo tempo não tem aquelas pessoa que vai me amparar, que vai me ajudar um caminho na viagem.”
Para Gabriela, se a pessoa gosta, se ela se sente bem, viajar sozinho pode ser sim muito bom ou viajar também com amigos. “Acredito que a maior preocupação quando se termina um relacionamento é de repente ela já se jogar em outra e suprir toda falta e todo problema que ela tinha em um e colocar na outra relação. Isso pode ser perigoso, pois a pessoa não fica com esse tempo de reflexão e já se joga num novo relacionamento sem de repente estar preparada para isso. E até mesmo essa nova pessoa também não tem a responsabilidade de reparar os erros do passado da outra. Acho que há a importância de separar os momentos para que a pessoa se reconecte, permita esse tempo e siga a vida. Viajar sozinho pode ser uma solução, chorar também é importante, terão sim momentos de tristeza, porque não é fácil pois até antes estava acostumada a ter a parceria de alguém, até mesmo as coisas chatas do “não come isso que você vai passar mal” é importante isso numa relação.””
Ela lembra que quando saímos da casa dos pais e nos tornamos adultos, quem acaba fazendo o papel às vezes de pai, mãe e cuidador é o marido ou a esposa, e quando nos vemos sozinhos, pensamos “poxa, e agora, quem vai cuidar de mim?” então isso causa uma desilusão no começo, um desespero e é importante que a pessoa vá aos poucos elaborando isso no tempo dela.
“Claro que é importante sim uma ajuda emocional e até mesmo de um profissional. Quando falamos de remédios, de um psiquiatra e da parte emocional de um psicólogo, porque quando esse luto começa a afetar todas as esferas da vida da pessoa, como vida social, outras pessoas, trabalho, não consegue sair, só há lamentos, e isso sim é um sinal de que a pessoa precisa de uma ajuda externa. às vezes não está comendo, dormindo, e essas questões de dia a dia são muito importantes e não podem ser ignoradas, como uma noite bem dormida, uma alimentação balanceada, um exercício físico serão fundamentais para que essa pessoa consiga ter forças para encarar o momento. Às vezes a pessoa acha que é normal o quando vai ver já dominou todas as esferas, então é importante buscar uma ajuda especializada.”
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Quanto às dicas, o primeiro ponto é aceitar que falhas acontecem, que nem sempre os planos saem conforme o imaginado, que é possível se reerguer, que é possível buscar felicidade de outras formas e não necessariamente em um relacionamento, que mesmo com perdas, com tudo aquilo que tenha acontecido na relação, não foi um tempo perdido, não foi um momento jogado fora, que são aprendizados e eles só ocorrem passando por relacionamentos, por situações ruins, pois não dá para evitarmos coisas ruins e encará-las em um sinal de força.
A pessoa conseguir conectar consigo mesma e desenvolver novos hábitos que muitas vezes ela nem imaginava, ocupar o tempo triste ou que tenha vontade de chorar com coisas que ela goste de fazer, que a distraia , é importante principalmente no começo, ter a atenção e tempo redirecionados para coisas que façam bem, uma atividade, um hobby, descobrir novos gostos, coisas fundamentais nesse processo de autoconhecimento.
Também é importante investir na auto imagem pois ao terminar o relacionamento pode-se ter a impressão de que ninguém vai gostar de você, que ninguém vai te amar, então é importante cuidar da imagem, do cabelo, da roupa, até mesmo buscar um auxílio profissional nisso para evitar um desleixo.
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Fonte: Mulher