O que somos como espécie humana? Somos apensas um momento no processo da vida. Essa é a melhor e mais sensata definição inquestionável. Ninguém pode negar que somos passageiros, que surgimos e desaparecemos. Esse aparecer e desaparecer não está em nossas mãos, apenas chegamos, passamos e nos despedimos. Parece trágico pensar dessa forma, mas não é. Na verdade, é estimulante viver com essa consciência por três motivos especiais.
O primeiro motivo é que, diante da realidade de sermos passantes, nos questionamos como desejamos passar. A qualidade da nossa percepção dessa consciência nos conecta com a vida. Nada nesta existência é permanente, então, como a vida é constantemente renovada, por que não passar amando tudo que simplesmente é naquele momento do processo? O oposto do amor é pensar e sentir que a vida deve atender aos nossos desejos limitados, que são restritos ao nosso mundo particular, sem expandir nossos horizontes.
A forma como viver a vida é determinada pela visão que criamos do mundo. Ela pode ser restrita à nossa necessidade ou pode ser compatível com a gratuidade da vida. Expansiva e aberta. Para ampliar nossos horizontes, precisamos sair de nós mesmos, ou seja, abandonar a percepção de uma individualidade que enxerga o mundo apenas a partir de si mesmo e que acredita estar observando a realidade como ela é. Ver e sentir a realidade de forma aberta é se perder na unidade com o horizonte. Esse movimento segue o fluxo do momento no processo da vida.
Como passar por aquilo que estamos vivenciando com amor? Ampliando o olhar, sentindo e percebendo os amplos e infinitos horizontes. Perder-se até se tornar um com tudo e com todos. Na plena unidade, não existem diferenças, mas nos vemos em tudo e em todos. Assim, sentimos que, enquanto passamos, só nos resta amar durante o percurso. É tempo de passar com amor.
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Fonte: Nacional