Todos os anos congressos e feiras voltados para o setor da beleza são realizados para estudar novas tecnologias, analisar tendências e apresentar novos produtos para o mercado. Entre eles está o Meeting Anual da Academia Americana de Dermatologia, que acaba de acontecer em Nova Orleans, na Luisiana, e é considerado o maior evento mundial e científico sobre a pele, desde doenças até a parte estética.
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A mestre em Ciências Farmacêuticas pela USP e consultora em desenvolvimento de dermocosméticos, Karina Soeiro acompanhou o mais importante congresso de dermatologia do mundo e contou um pouco sobre o que é o evento e quais são seus objetivos. “O intuito do Meeting é trazer para nós profissionais algumas das novidades mais esperadas de empresas dos EUA e internacionais relacionadas aos setores de Dermatologia, Cuidados com a Saúde e farmacêutico. Essas novidades tendem a virar tendência nos setores, já que proporcionam melhora na saúde e bem-estar da pele”, ressalta Karina Soeiro.
Com exclusividade, a especialista trouxe alguns dos temas mais falados sobre o que há de melhor e novo no mundo em relação aos cuidados e tratamentos cutâneas para esse ano, e o que promete ganhar força nas prateleiras.
O melhor protetor solar
“Esse foi um ponto muito debatido no meeting, além de lançamentos de novos filtros que prometem proteger ainda mais a pele dos danos deletérios da radiação ultravioleta, foi reforçada a importância da proteção contra a luz azul, que leva ao aumento da produção de radicais livres e culminam no envelhecimento cutâneo, piora e desenvolvimento do melasma”, explica a especialista.
O grande ponto discutido no evento foi em relação à superioridade dos protetores solares que contêm óxido de ferro na sua composição. “Os diferentes tons e em diferentes concentrações de óxido de ferro fornecem uma proteção extremamente eficaz em relação aos efeitos deletérios da luz azul, sendo não só uma forte tendência como recomendação dos dermatologistas para evitar o aparecimento de manchas e o envelhecimento da pele”, conta a farmacêutica.
Muitas pessoas ainda possuem dúvidas de como saber se o produto que está usando para se proteger dos raios solares possui óxido de ferro e realmente te protege, no entanto, a especialista conta que é fácil e simples descobrir. “Caso seu produto tenha cor, textura de base e é uma maquiagem, ele tem óxido de ferro. Além disso, não precisa ser um protetor solar. Durante o dia é sim essencial que você use um bom filtro, com alta proteção contra raios UVA, UVB e luz azul, mas a noite você não é exposto à radiação ultravioleta, portanto não é preciso usar a fotoproteção e sim um escudo contra a luz visível, como por exemplo, um poderoso antioxidante tópico”, explica a mestre em ciências farmacêuticas.
Clean beauty, ativos naturais e toxicidade de cosméticos
Além da fotoproteção outro tema muito debatido foi o conceito de “beleza limpa”, sustentabilidade e terrorismo cosmético. Ainda que a preocupação com a sustentabilidade seja legítima e necessária, muitas vezes há uma confusão entre produtos naturais, segurança e sustentabilidade.
“Hoje em dia muitas pessoas acreditam que o que é natural não possui riscos e é melhor para a saúde. Costumo exemplificar dizendo que: veneno de cobra é natural, existem plantas extremamente tóxicas e mortais, pronto, derrubamos esse conceito. Por um outro lado, há um terrorismo cosmético e hoje são divulgadas informações que alguns produtos naturais utilizados há muitos anos na medicina e cosmetologia como o óleo de melaleuca e lavanda, seriam tóxicos ou disruptores endógenos”, explica Karina.
Segundo a especialista, no evento foram apresentadas metanálises, artigo que faz revisão de dados e é considerado o mais confiável pela ciência, que não evidenciam nenhuma destas alegações e mostram que o uso destes óleos é sim seguro. “Devemos ter calma com o que vemos no mercado de beleza, muitas vezes um único estudo, ou poucos e mal conduzidos trazem informações alarmantes que não são necessariamente confiáveis”.
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Já para o tratamento de manchas, envelhecimento e acne, foram apresentadas novas moléculas, algumas sintéticas e outras naturais com grande potencial, derivadas de flores e raízes como girassol, gengibre, cúrcuma. “Também vimos resultados animadores de pesquisas inovadoras para tratamento do melasma com uso de fungos que comumente causam determinadas micoses, ou seja, teremos boas novidades por aí”, reforça a consultora em desenvolvimento de dermocosméticos.
Fonte: Mulher