A dieta atlântica é bem semelhante à dieta do Mediterrâneo, com alguns alimentos diferentes, já que existe um estímulo ao consumo da produção local desses alimentos. Como a maioria das dietas tradicionais, esta dieta é caracterizada por apresentar alto consumo de alimentos frescos sazonais de origem local – alimentos de quilômetro zero.
“Eles estimulam o consumo de alimentos locais e frescos, como são regiões diferentes, são alimentos diferentes produzidos em cada região, e também conforme a época do ano, como algumas verduras, legumes, os peixes que são encontrados nas águas do Atlântico são diferentes dos peixes encontrados no Mediterrâneo. No entanto, ambas as dietas são ricas em frutas, verduras, legumes, e estimulam o consumo do azeite de oliva como uma das principais fontes de gordura. E também são semelhantes porque a principal fonte proteica, de proteína animal, vem dos peixes e estimulam também a redução do consumo da carne do boi”, explica Andrea Ferrara, nutricionista clínica e funcional da Clínica Bottura.
“Vale ressaltar que a maioria dos estudos que a gente tem até hoje, até o momento, usou a dieta do Mediterrâneo como um padrão pra comparação. Tanto pra prevenção quanto pra tratamento das doenças crônicas. Então, o que a gente tem até agora é do Mediterrâneo e agora estão aparecendo os novos trabalhos, estudos com a Dieta Atlântica”, diz a especialista.
Suas origens remontam aos povos celtas que habitavam o arco atlântico europeu, que inclui a Irlanda, a Escócia, o sul do País de Gales, a Inglaterra, a ilha de Man e a região francesa da Bretanha. Atualmente, a dieta atlântica ainda é adotada na Galícia (noroeste da Espanha) e no norte de Portugal.
Estudo publicado na revista da Associação Médica Americana, intitulada JAMA Network, revela que a dieta atlântica reduz o risco da síndrome metabólica. Esta síndrome é a combinação de hipertensão arterial, obesidade e altos níveis de gordura e açúcar no sangue. Ela pode causar doenças cardíacas, acidentes cerebrais vasculares e diabetes tipo 2.
“Preferir o consumo local, porque é produzido naquele local, respeitando o tempo ideal de colheita, além da sazonalidade, é a melhor maneira da gente garantir os nutrientes de cada alimento. E isso vale para quando a gente coloca para a produção no Brasil. Acredito sim que dá para ter excelentes resultados com ambas as dietas, já que elas são ricas em frutas, verduras, legumes, peixes e gorduras saudáveis. O que é importante a gente fazer é adaptações de acordo com a região, então conforme o clima e a sazonalidade da região. Com isso, a gente consegue ter um maior consumo de fitoativos que são excelentes para a promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas”, finaliza Andrea.
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Fonte: Mulher