Corrida pela presidência do México tem protagonismo feminino

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Xóchitl Gálvez e Claudia Sheinbaum se encontraram em 2019. Registro do encontro foi publicado no X (Twitter) da ex-prefeita.
Reprodução/Twitter @Claudiashein

Xóchitl Gálvez e Claudia Sheinbaum se encontraram em 2019. Registro do encontro foi publicado no X (Twitter) da ex-prefeita.


A disputa pela presidência do México em 2024 será disputada, pela primeira vez, por duas mulheres.

No dia 6 de setembro, a ex-prefeita da capital, Claudia Sheinbaum, teve sua candidatura oficializada. Ela é membro do Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), um partido político de esquerda no México, e é conhecida por desempenhar um papel proeminente na política do país.

Neta de judeus e mãe de dois filhos, Sheinbaum é engenheira ambiental e doutora em Engenharia Energética. Antes de entrar na política, ela também era professora universitária e pesquisadora.

Ela irá enfrentar XóchitlGálvez, uma engenheira filha de indígenas com forte discurso contra o sexismo. Gálvez pertence à recém-constituída Frente Ampla pelo México, integrada pelo Partido Ação Nacional (PAN), o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o Partido da Revolução Democrática (PRD). Ela é conhecida por sua postura crítica em relação ao governo e por defender causas ambientais e sociais.

Gálvez ganhou visibilidade após o presidente Andrés Manuel López aponta-la como uma das políticas que se opuseram a programas sociais como o ‘Pensión a los Adultos Mayores [Pensão a maiores de idade]’ e ‘JóvenesEscribiendoel Futuro [Jovens escrevendo o futuro]’. A acusação, por fim, se revelou uma mentira, e o caso chegou a instâncias judiciais. Um juíz concedeu à senadora o direito de resposta, e Gálvez foi até o Palácio Nacional, onde ocorre uma entrevista diária com Andrés. Ela bateu à porta e não foi atendida. A cena acabou viralizando e projetando a candidata nas pesquisas.

Gálvezjá foi senadora e hoje conquista cada vez mais popularidade por meio de seus discursos, informais, sem rodeios e com palavrões. Em um deles, Gálvez disse que iria “combater a violência com os ovários”.

Ela se declara liberal e progressista, e garantiu que, se eleita, “não haverá retrocesso nos direitos conquistados, tanto da comunidade LGBTQ, quanto das mulheres”.Pautas relevantes para esses dois grupos foram conquistadas recentemente no país: o direito ao aborto seguro e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Nessas eleições, somente as duas aparecem na disputa. Há possibilidade de surgir um novo candidato nos próximos meses, mas por ora, as duas são as mais prováveis para chegar à presidência.

Elas se enfrentarão nas urnas no dia 2 de junho de 2024.As pesquisas mais recentes mostram Sheinbaum na liderança da disputa, com 43% das intenções de voto, e Gálvez com 27%. Parte da popularidade da ex-prefeita se dá pela aliança com o atual presidente.


Feminicídio no México

Nas últimas décadas, o México tem registrado altas taxas de feminicídio em todo o país. Em 2022, foram registrados mais de mil feminicídios, totalizando cerca de 10 mortes por dia.

Na América Latina, os números perdem apenas para a do Brasil, que registrou aproximadamente 1,4 mil crimes como esse em 2022.

Virada política no Senado

Uma emenda constitucional passou a estabelecer que todos os partidos devem apresentar, obrigatoriamente, o mínimo de 50% de candidatas mulheres. Os frutos dessa decisão foram colhidos rapidamente — a partir da eleição de 2018, mulheres se tornaram maioria no Senado.

Fonte: Internacional

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