O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta terça-feira (18) que os bloqueios de contas do Programa Bolsa Família seguirão até dezembro deste ano, prazo em que o governo espera ter sanado todas as irregularidades.
“Infelizmente a quantidade [de fraudes] foi muito maior do que a gente pode alcançar até agora. Se a gente olhar de maio de 2022 até o começo de outubro, vamos encontrar cerca de 5,5 milhões de [cadastros] unipessoais. Então alguma coisa estranha ali estava acontecendo“, disse Dias no evento “Educação Já”, realizado pela ONG Todos pela Educação.
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“Até o mês de julho, a gente já deve ter avançado bem. Mas eu acho que vamos ter bom cadastro, no padrão que o Brasil já teve, por volta de dezembro“, completou.
Na última quarta-feira, 1,2 milhão de pessoas teve o cadastro desabilitado pelo governo, gerando filas nos Cras (Centro de Referência da Assistência Social)
O ministro afirmou ainda que, paralelamente, deve haver inclusão de novos beneficiários.
“Também temos o programa busca ativa. Cerca de 12.000 profissionais em todos os municípios buscando população em situação de rua, povos da floresta e ribeirinhos pessoas em periferias das cidades em que o Estado nunca foi dar a mão”, diz o ministro.
Ao todo, serão revisados 6 milhões de cadastros que entraram nas vésperas das eleições presidenciais, em outubro do ano passado, quando o governo Bolsonaro acelerou a entrada de beneficiários com indícios de irregularidades.
A estimativa é que 4 milhões podem não se encaixar nos critérios. Em 2023, já foram removidas do programa 1,5 milhão de pessoas com renda superior ao exigido. Nesse total, por exemplo, técnicos da pasta identificaram 7 mil pessoas com renda superior a R$ 6.500 mensais recebendo o benefício.
Para receber o Bolsa Família, a principal regra é que a família tenha renda mensal de até R$ 218 (duzentos e dezoito reais) por pessoa. Isso significa que toda a renda gerada pelas pessoas da família, por mês, dividida pelo número de pessoas da família, deve ser de, no máximo, R$ 218.
O maior indício de irregularidade encontrado pela pasta é a explosão de famílias unipessoais. Dos 6 milhões que entraram às vésperas das eleições, 5,5 milhões se enquadraram como tal. Pelas regras do programa, uma família unipessoal recebe R$ 600.
Fonte: Economia