O Brasil é o segundo maior produtor de algodão do mundo, com 3 milhões de toneladas/ano, perdendo apenas para os Estados Unidos. A maior parte da produção vai para o exterior, especialmente para a China e o Vietnã. No mercado interno, a matéria-prima move a indústria têxtil e hoje já é rastreada desde o fardo até o produto final, graças a métodos de certificação da qualidade do processo.
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A convite da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), visitamos, na quarta-feira (12), uma das 22 fazendas do grupo SLC Agricultura, em Goiás, uma espécie de fazenda modelo da produção de algodão. Na Fazenda Pamplona, foi possível conhecer de perto a plantação e a fábrica de beneficiamento. Do algodão, nada se desperdiça. Até o caroço é usado para a produção de óleos e ração animal. As sobras de qualidade inferior viram barbantes, panos de prato e outros tipos de artigos. Da pluma vem o fio, que vai abastecer a cadeia têxtil, em tecelagens e malharias. Todo fardo ganha um código de barras, que permite rastrear a origem do material.
Para conquistar o selo de qualidade da Abrapa, todo algodão produzido no País passa por testes, e as fazendas precisam cumprir uma série de normas, que vão desde regras da legislação trabalhista até o uso de defensivos naturais e fertilizantes controlados.
Iniciativa dos produtores, o movimento ‘Sou de Algodão’ nasceu com o objetivo de aproximar o consumidor final desse processo produtivo, chegando até as passarelas de moda. O Sou de Algodão é um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.
Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva do algodão da indústria têxtil, dialogando com o consumidor final por meio de ações, conteúdos e parcerias com marcas e empresas.
Em um novo passo, foi criado o selo Sou ABR (sigla para “Algodão Brasileiro Responsável), que leva até a ponta da cadeia produtiva a certificação de qualidade com sustentabilidade em parceria com marcas como Reserva, Renner e C&A. As peças vêm com um QR Code que permite saber de qual fazenda vem o algodão que você está usando.
O projeto Sou de Algodão também apoia estilistas independentes e promove desfiles, tanto na Casa de Criadores como no São Paulo Fashion Week, além de um concurso para jovens talentos, que movimenta estudantes das faculdades de moda. O objetivo, como sempre, é valorizar o algodão nacional e aproximar o consumidor de uma das matérias-primas mais utilizadas no vestuário.
Fonte: Mulher