Durante a oitiva da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro desta quinta-feira (21), o depoente Wellington Macedo de Souza, c ondenado a seis anos de prisão por tentar explodir uma bomba em Brasília , ficou em silêncio para as perguntas da relatora Eliziane Gama (PSD-MA).
“Eu vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso aos autos acusatórios contra esta pessoa que aqui está, que até hoje não sabe porque tem pago um preço tão alto e tanta humilhação”, disse Macedo. “Então, quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui que eu vou colaborar com vocês”, disse Wellington.
Na quarta-feira (20), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que Wellington ficasse em silêncio durante depoimento na CPMI .
O magistrado decidiu que o colegiado conceda “o tratamento próprio à condição de investigado, assegurando-lhe os direitos de: não assinar termo de compromisso na qualidade de testemunha; não responder sobre fatos que impliquem autoincriminação; não serem adotadas quaisquer medidas restritivas de direitos ou privativas de liberdade, como consequência do uso da titularidade do privilégio contra a autoincriminação”.
O blogueiro bolsonarista Wellington Macedo foi preso pela Polícia Nacional do Paraguai na última quinta-feira (14) e entregue à Polícia Federal brasileira no mesmo dia. Ele estava foragido desde o dia 5 de janeiro.
Além dele, outras duas pessoas, que já estão presas, foram condenadas pela tentativa de atentado em Brasília.
Macedo foi condenado a seis anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de uma multa de R$ 9,6 mil. Os outros envolvidos no caso são George Washington de Oliveira Sousa — com pena de nove anos e quatro meses de prisão — e Alan Diego dos Santos Rodrigues — com pena de cinco anos e quatro meses.
Wellington ainda fazia parte de um grupo que realizava protestos contra a eleição presidencial de 2022, que garantiu a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ainda gravou vários vídeos pedindo para as pessoas irem às ruas e incitando a violência.
Artefato explosivo
A tentativa de explosão em Brasília realizada pelo trio, no dia 24 de dezembro do ano passado, não obteve sucesso. Segundo a Polícia Militar, por volta das 7h30 da manhã, uma caixa com o explosivo foi colocada em um caminhão de combustíveis que estava a caminho do aeroporto. O motorista do veículo estranhou o material e acionou os militares.
O material, que estava em uma via próxima ao Aeroporto Internacional de Brasília, foi recolhido pelo esquadrão anti-bombas e enviado à perícia da Polícia Civil do Distrito Federal.
Fonte: Nacional