Um adolescente de 13 anos morreu após tomar mais de 14 comprimidos de antialérgico, em Ohio, nos Estados Unidos. O menino, Jacob Stevens, participava de um desafio viral no TikTok chamado de “Desafio Benadryl”, que incentiva pessoas a ingerirem o máximo possível de comprimidos do remédio.
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Em 2020, uma menina de 15 anos morreu participando do mesmo desafio. Atualmente, o TikTok bloqueia as buscas pelo desafio com um alerta: “Alguns desafios online podem ser perigosos, perturbadores ou até encenados. Saiba como reconhecer desafios perigosos para poder proteger sua saúde e bem-estar”.
Esses casos não se restringem ao Tiktok. No Discord, um aplicativo de mensagens, menores de idade estão sendo expostos a vídeos e conversas que incentivam a automutilação, todo tipo de crueldade contra animais, pedofilia. Tudo ao vivo, a partir de desafios que são criados por criminosos.
A psicóloga Marília Scabora, que é fundadora da Comunidade Tribo Mãe, grupo de acolhimento psicológico e apoio materno a mães expatriadas, analisa que à medida que as crianças crescem, fica um pouco mais complexo monitorar o tempo gasto online, principalmente porque muitos dos adolescentes carregam consigo um smartphone o tempo todo.
“Eles provavelmente querem – e precisam – um pouco de privacidade. Isso é saudável e normal, pois eles estão se tornando mais independentes dos pais. Mas assim como cada fase do desenvolvimento infantil exigiu dos pais conhecimento, dedicação e ação, na adolescência não deve ser diferente, o que os pais precisam é adaptar essa forma de parentar para essa nova fase”, diz.
E quando a questão é tecnologia e redes sociais, um dos grandes desafios é manter-se atualizado nos diferentes tipos de perigos online existentes e essa nem sempre é uma tarefa fácil, já que o mundo online produz novos sites, aplicativos e trends de forma muito rápida.
“É natural que a primeira vez que você ouça falar de uma nova plataforma, seja através do seu filho, por isso o diálogo é o seu maior aliado. Fale sobre os sites e aplicativos que os adolescentes usam e suas experiências online. Pesquise sobre as novas plataformas, entre nos aplicativos, investigue o que aquele novo canal oferece e como ele oferece e analise os riscos. Discuta os perigos de interagir com estranhos online e lembre-os de que as pessoas online nem sempre dizem a verdade. Explique que as senhas existem para proteger contra coisas como roubo de identidade, que fotos e vídeos não devem ser enviados a ninguém e que encontros presenciais não devem ser marcados”, recomenda.
E nada de conversas para ameaçar e amedrontar. “Essa conversa precisa fortalecer o vínculo de confiança entre pais e filhos, para que eles sintam que podem confiar em seus pais mesmo quando eles tenham feito escolhas equivocadas e possam recorrer aos pais para receberem a ajuda necessária para solucionar esses problemas.”
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Assim como ensinamos os nossos filhos a comerem, a dividir o brinquedo, a serem bons alunos, não podemos oferecer a eles esse instrumento tão poderoso, que é o acesso às redes sociais, e não instruí-los a usar essa ferramenta, para que façam bom uso sem se tornarem vítimas ou abusadores. E isso não é tão óbvio quanto parece, porque somos a primeira geração a incluir no currículo parental, a educação online.
“Investir em um aplicativo de monitoramento e segurança de conteúdo consumido pelos nossos filhos é também uma excelente opção, mas não substituí o diálogo e o vínculo de confiança”, diz Marília Scabora.
Sinais importantes, no comportamento do adolescente que indicam possível disfuncionalidade no uso da internet:
Passar longas horas online; Demonstração de dependência da internet; Desinteresse por atividades que antes tinha prazer em fazer; Seu filho desligar repentinamente o computador ou outro dispositivo quando você entra no mesmo ambiente que ele; Afastamento da vida familiar e relutância em discutir atividades online Afastamento do convívio social com amigos
É preciso assumir um papel ativo nas atividades on-line de seus filhos ajuda a garantir que eles se beneficiem delas sem serem expostos a perigos potenciais.
Fonte: Mulher